Força dominante do atual grid da Fórmula 1, todos os pilotos estão de olho na vaga que vai ficar disponível na Red Bull a partir da próxima temporada. Em último ano de contrato, Sergio Pérez precisa apresentar resultados melhores do que em 2023, já que, de acordo com Christian Horner, chefe da equipe de Milton Keynes, há “16 pilotos desesperados” em assumir o cockpit do mexicano. No entanto, o dirigente garantiu que o dono do carro #11 é o favorito para permanecer ao lado de Max Verstappen.
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Em 2024, o time da marca de energéticos venceu nada menos que 21 dos 22 GPs que foram disputados, sendo que o neerlandês subiu ao degrau mais alto do pódio em 19 oportunidades, enquanto Pérez teve de se contentar com apenas duas vitórias. O ritmo muito abaixo em relação ao companheiro de equipe deixou o piloto de Guadalajara na corda bamba e em risco de perder o lugar na atual bicampeã do Mundial de Construtores, embora ele ainda seja o favorito do consultor Helmut Marko e de Horner para o próximo ano.
“Temos um carro fenomenal. Temos uma vaga aberta para o próximo ano. Provavelmente tenho 16 pilotos desesperados para estar naquele carro”, disse Christian.
Para 2025, apenas Charles Leclerc, Lewis Hamilton, George Russell, Lando Norris, Oscar Piastri e Alexander Albon — ainda que a Williams não tenha confirmado oficialmente — possuem contrato garantido. Embora existam diversas opções para serem analisadas pelos taurinos, o britânico garantiu que a vaga na equipe só depende de Pérez. “Checo está na pole-position. Só depende dele”, afirmou.
Horner, no entanto, tem um assunto muito mais importante para se preocupar antes de decidir quem será o companheiro de Verstappen na próxima temporada. O mandatário virou alvo de uma investigação interna da Red Bull por causa de um suposto comportamento inapropriado com uma funcionária. Embora ele tenha sido absolvido das acusações, o caso ainda está longe de terminar, já que a denunciante decidiu apresentar queixa à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) após ter sido suspensa de sua função na escuderia.
No lado esportivo, o clima também é de tensão. Após o GP do Bahrein, no início de março, Jos Verstappen, pai de Max, declarou que a Red Bull corria sério risco “de rachar” caso Horner não fosse demitido. Logo em seguida, o ex-piloto foi visto em conversas com Toto Wolff, chefe da Mercedes, o que levantou rumores de que o filho poderia se mudar para as Flechas de Prata. Apesar de assumir que não há motivos para sair do atual time, Verstappen não descartou uma possível mudança futura, mesmo tendo contrato até o fim de 2028.
“Nenhum indivíduo é maior que a equipe”, disse Horner quando questionado sobre a situação interna. “Acho que temos um relacionamento forte com Max. Ele está fazendo um trabalho maravilhoso. Seu foco está muito no que ele está fazendo na pista, e é aí que está o nosso foco também”, sublinhou o dirigente.
Christian não quis comentar nada sobre as outras pessoas envolvidas na polêmica das últimas semanas, incluindo Jos e Marko. “Penso que, provavelmente, as outras partes já falaram o bastante. A equipe é a equipe. Max faz parte da equipe. Helmut faz parte da equipe. Eu lidero esta equipe. Todos têm um papel fundamental a desempenhar. É isso”, destacou.
“Acho que todos temos um interesse comum, que é o desempenho da equipe. A equipe é o que vem em primeiro lugar para cada membro que tem uma função a desempenhar, desde o topo até a base. Sem a equipe trabalhando em absoluta harmonia é impossível conseguir performances como as que estamos vendo”, acrescentou o chefe da esquadra austríaca.
Para finalizar, Horner deixou claro que quer contar apenas com aqueles que desejam estar no time. “Se um indivíduo não quer estar na equipe, não obrigamos ninguém a estar aqui. As pessoas estão aqui e trabalham neste esporte, nesta equipe, porque querem estar aqui, porque são apaixonadas pelo que fazem. É essa paixão que nos permite entregar não resultados médios, mas resultados excepcionais”, celebrou Christian.
“É essa paixão e compromisso de cada membro que constitui o DNA da Red Bull. Isso continuará, não apenas esta semana, não na próxima, mas já cumprimos 20 anos e continuará pelos próximos 20 anos”, concluiu o dirigente.
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