Fórmula E em São Paulo tem balão na pista, disputa até última curva e vitória da McLaren

Com manobra fantástica no Anhembi, britânico Sam Bird supera neozelandês Mitch Evans, que ganhou a prova de 2023

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Foto do author Marcos Antomil
Atualização:

A Fórmula E realizou neste sábado, no Complexo do Anhembi, a sua edição do E-Prix de São Paulo. Com uma organização aperfeiçoada em relação ao evento de 2023, a prova contou com diversas atividades para os fãs que puderam acompanhar os carros elétricos chegarem a mais de 300 km/h na reta do Sambódromo. Na corrida, disputas parelhas e vitória do britânico Sam Bird, da McLaren. É a primeira vez que a equipe que já teve Ayrton Senna na F-1 sobe ao lugar mais alto do pódio na F-E. Os brasileiros Lucas di Grassi, da ABT, e Sérgio Sette Câmara, da ERT, ficaram em 13º e 16º, respectivamente.

O E-Prix contou com presenças ilustres comuns no cenário da Fórmula 1. O bicampeão Emerson Fittipaldi, Felipe Massa - que trava batalha judicial pelo reconhecimento do título mundial de 2008 - e o antigo chefão da F-1, Bernie Ecclestone - estiveram no Anhembi. Antes de os carros acelerarem para a prova, houve um minuto de silêncio em homenagem a Wilsinho Fittipaldi, que morreu em fevereiro, aos 80 anos.

Sam Bird, da McLaren, ganhou o E-Prix de São Paulo, no Anhembi. Foto: Andrew Ferraro/Formula E

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A largada da prova foi limpa, mas a disputa pelas primeiras posições foi bastante intensa. Os carros estiveram muito próximos. As entradas do safety car para retirar pedaços de carro da pista e após o abandono do líder do campeonato, o neozelandês Nick Cassidy, da Jaguar - que acertou o muro após a quebra do bico do carro -, contribuíram para esse equilíbrio. Houve diversas trocas de liderança: Wehrlein, Da Costa, Bird e Evans conduziram o pelotão único.

Na parte final da prova, dois carros começaram a se desgarrar na dianteira: Mitch Evans, da Jaguar, e Sam Bird, da McLaren. Bird tentou de todas as formas atacar Evans para tomar a liderança. Nas últimas curvas, o britânico mostrou muita técnica, deixou o neozelandês para trás e ficou com a vitória. O britânico Oliver Rowland, da Nissan, fechou o pódio ao se aproveitar da briga à sua frente entre o alemão Pascal Werhlein, Porsche, e o britânico Jake Dennis, da Andretti. Coube a Felipe Massa fazer a vez de motorista e levar os três melhores da prova para o pódio.

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“Especial estar em um time tão forte (McLaren) e conseguir uma vitória na casa de um ídolo importante do País e da equipe (Ayrton Senna)”, afirmou Bird após ganhar a prova. Di Grassi ficou satisfeito com o desempenho na prova e foi sincero ao afirmar que não vê perspectiva de melhora com a ABT. “Não (tem solução). Dá para fazer um milagre aqui ou ali. Penso que essa equipe tem de trocar de powertrain (motor). O que vai acontecer para a próxima temporada.”

Sette Câmara foi ao encontro do que disse o compatriota e entende que a ERT necessita de um parceiro que faça investimentos. “Tirei o máximo do que pude do carro. A equipe precisa encontrar um parceiro. Do jeito que está, não (é capaz de melhorar o desempenho). Não estou dando uma cutucada, mas é a realidade. Ninguém quer andar em 20º. A finalidade é encontrar um investidor, um parceiro”, afirmou Sette Câmara.

Depois da etapa na capital paulista, a Fórmula E embarca para o Japão. Em Tóquio, os carros elétricos vão acelerar no dia 30 de março. Depois, a categoria ainda visita Misano-ITA, Mônaco, Berlim-ALE, Xangai-CHN, Portland-EUA e termina a temporada em Londres, capital inglesa, em julho.

Balão na pista, emoção pela pole e atividades para o público fora dela

O início do treino classificatório foi interrompido por causa inusitada, mas bastante frequente em São Paulo. Um balão caiu na pista e precisou ser retirado pelas equipes de segurança. Soltar balão é proibido por lei e a pena varia de um a três anos de prisão. Outro agravante é a proximidade com o aeroporto Campo de Marte, que é vizinho ao sambódromo.

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Direção da prova teve de exibir bandeira vermelha por causa da queda de um balão. Foto: Reprodução/BandSports
Balão interrompe treino classificatório para o E-Prix de São Paulo, no Anhembi. Foto: Reprodução/BandSports

A definição da pole position contou com emoção. Em um sistema mata-mata, chegaram à final o belga Stoffel Vandoorne, da DS Penske, e o alemão Pascal Wehrlein, da Porsche. Quem levou a melhor foi o alemão por incríveis dois milésimos de segundo. Vencedor da corrida, Bird largou do quinto lugar. Lucas di Grassi, da ABT, ficou com a 15ª posição no grid, enquanto Sérgio Sette Câmara, da ERT, partiu do 19º lugar.

E-Prix de São Paulo de Fórmula E 2024 aconteceu neste sábado no Complexo do Anhembi. Foto: Sam Bagnall/Fórmula E

As duas primeiras sessões do dia (treino livre e classificatório) contaram com arquibancadas esvaziadas no Anhembi. Aos poucos o público foi chegando ao evento e aproveitando as diversas ativações presentes no Fan Village montado às costas das arquibancadas.

Comparada à primeira edição, o segundo E-Prix de São Paulo contou com melhores acomodações para os fãs. Com água distribuída gratuitamente, tótens para recarga do telefone, exposição de itens dos pilotos e uma maior fartura de food trucks, bares e lanchonetes que serviam hambúrgueres, minipizza, pastéis, lanches, sobremesas, cervejas, energéticos, refrigerantes, comidas vegetarianas e outras opções. O lanche mais barato era o cachorro quente, que saía por R$ 28, já uma gin tônica foi vendida por R$ 32.

Um dos espaços mais concorridos do Fan Village foi uma loja para compra de itens dos pilotos e das equipes. Uma fila foi formada para coordenar a entrada e saída de passoas, que podiam comprar camisetas e bonés por exemplo. Havia também espaço para adultos e crianças se divertirem. Fez sucesso um autorama movido a pedaladas. Quatro pessoas pedalavam em bicicletas estáticas para mover luzes que simulavam os carrinhos na pista. Outro ponto elogiado foi a possibilidade de parte do público participar de uma sessão de autógrafos com os pilotos, uma proximidade que não se vê em outras categorias, como a Fórmula 1.

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Resultado do E-Prix de São Paulo 2024

  1. Sam Bird (GBR/McLaren) - 53min3s071
  2. Mitch Evans (NZE/Jaguar) - a 0s564
  3. Oliver Rowland (GBR/Andretti) - a 3s540
  4. Pascal Wehrlein (ALE/Porsche) - a 3s629
  5. Jake Dennis (GBR/Andretti) - a 3s722
  6. António Félix da Costa (POR/Porsche) - a 5s567
  7. Jean-Eric Vergne (FRA/DS Penske) - a 6s006
  8. Stoffel Vandoorne (BEL/DS Penske) - a 6s817
  9. Max Günther (ALE/Maserati) - a 8s085
  10. Sebastien Buemi (SUI/Envision) - a 8s610
  11. Sacha Fenestraz (FRA/Nissan) - a 9s277
  12. Edoardo Mortara (SUI/Mahindra) - a 9s762
  13. Lucas di Grassi (BRA/ABT) - a 10s819
  14. Nyck de Vries (HOL/Mahindra) - a 13s677
  15. Jehan Daruvala (IND/Maserati) - a 14s379
  16. Sérgio Sette Câmara (BRA/ERT) - a 17s511
  17. Dan Ticktum (GBR/ERT) - a 17s884
  18. Norman Nato (FRA/Andretti) - a 18s889
  19. Robin Frijns (HOL/Envision) - a 19s124
  • Não completaram: Jake Hughes (GBR/McLaren), Nico Müller (SUI/ABT) e Nick Cassidy (NZE/Jaguar)
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