O GP do Brasil coroou neste domingo a nova geração da Fórmula 1 em mais uma prova imprevisível no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. A "corrida maluca", com direito a duas entradas de safety car e diversas batidas, teve a redenção do holandês Max Verstappen em solo brasileiro. O piloto de 22 anos venceu e teve a companhia do francês Pierre Gasly (23 anos) e do espanhol Carlos Sainz Jr (25 anos), dois estreantes no pódio.
Verstappen brilhou do começo ao fim. Largando na pole position, o holandês contou ainda com a ajuda da Mercedes, protagonista de seguidos erros durante a corrida, principalmente na estratégia dos seus pilotos – o finlandês Valtteri Bottas abandonou com problemas no motor.
Para Verstappen, a oitava vitória da carreira teve sabor de redenção. No ano passado, ele só não conquistou a sua primeira vitória em solo brasileiro porque o francês Esteban Ocon, então retardatário, o acertou. Desta vez, o piloto da Red Bull se esquivou dos diversos incidentes da prova para confirmar seu domínio em Interlagos. Ele já havia exibido grande performance em outras edições do GP paulistano.
"Foi muito divertido hoje e foi ótimo vencer a corrida", celebrou o holandês, que fez bela ultrapassam sobre o hexacampeão Lewis Hamilton na segunda metade da corrida. "Lewis estava muito rápido, então precisei seguir forçando até o fim. Tivemos dois bons momentos sobre ele e, depois disso, pude controlar a corrida."
No pódio, Gasly foi quem mais comemorou, apesar do segundo lugar. Para o francês, o primeiro pódio também soou como redenção. Afinal, ele iniciou a temporada na Red Bull. Porém, sem agradar, foi "rebaixado" para a Toro Rosso, equipe satélite do time austríaco. "Com certeza nunca esquecerei este momento. É muito especial, principalmente por ser com a Toro Rosso", celebrou.
O jovem piloto fez uma improvável disputa com o inglês Lewis Hamilton metro a metro nas duas últimas voltas da prova. O hexacampeão se chocou com o tailandês Alexander Albon, outro jovem que fazia grande corrida até então e estava perto do primeiro pódio. Porém, o piloto de 23 anos terminou apenas em 14.º.
Hamilton subiu ao pódio, mas caiu para o sétimo lugar ao ser punido pelos comissários da prova, por conta da batida em Albon. "Eu peço muitas desculpas ao Albon. Havia uma distância entre nós, mas fiquei próximo muito rapidamente. Foi totalmente minha culpa. Eu dei tudo que podia, corri com o meu coração e assumi alguns riscos. Conseguíamos alcançar as Red Bulls nas curvas, mas não nas retas", comentou o inglês da Mercedes, de 34 anos.
Ao herdar o lugar no pódio, Carlos Sainz coroou a grande performance. Com problemas no motor da McLaren no treino classificatório, ele não conseguiu sair dos boxes e precisou largar da última posição do grid. Foi seu primeiro pódio em cinco temporadas na F-1. E o primeiro da McLaren desde o GP da Austrália de 2014.
O monegasco Charles Leclerc, de 22 anos, também brilhou. O piloto da Ferrari chegou a figurar em quinto lugar, mesmo após largar do 14.º posto. Ele emplacou uma sequência de oito ultrapassagens consecutivas na primeira metade da prova. Na segunda, se chocou com o companheiro Sebastian Vettel, faltando cinco voltas para o fim. Ambos deixaram a corrida sob demonstrações de fúria via rádio. O GP teve ainda o inglês Lando Norris, de 20 anos, no 8.º posto.
"Os novatos estão fazendo o seu caminho para a F-1. Sempre é bom ter sangue novo no esporte, com pessoas de potencial. Esses garotos têm um futuro incrível. Com certeza, vamos ver outras batalha como as de hoje", disse Hamilton.
A vitória deixou Verstappen na terceira colocação geral, desbancando Leclerc e Vettel. A última etapa da temporada será disputada no dia 1.º de dezembro, em Abu Dabi.
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