Justiça do DF julgará recurso de Piquet em condenação de R$ 5 milhões por racismo contra Hamilton

Em março deste ano, ex-piloto foi condenado a pagar indenização a entidades de direitos humanos e LGBT+ por declarações contra o piloto de F-1 da Mercedes; entenda o caso

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Por Redação
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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) vai julgar nesta quarta-feira, dia 11, recurso do ex-piloto Nelson Piquet em ação na qual ele foi condenado por racismo em primeira instância. Em março deste ano, o tricampeão mundial de Fórmula 1 foi sentenciado a pagar indenização de R$ 5 milhões a entidades de direitos humanos e LGBT+ por ter chamado o piloto Lewis Hamilton de “neguinho”.

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O recurso será analisado pela 4ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do DF. Nele, a defesa de Piquet tentará reverter a decisão inicial, do juiz Pedro Matos de Arruda, da 20ª Vara Cível de Brasília. Trata-se da segunda tentativa de Piquet de mudar a condenação inicial. Na primeira, em maio, os advogados apresentaram embargos contra a decisão inicial, mas não tiveram sucesso. Os pedidos foram rejeitados pela juíza Thaissa de Moura Guimarães.

Piquet foi flagrado usando termo racista para se referir a Lewis Hamilton em vídeo de 2021 que circulou nas redes sociais e ganhou repercussão somente no ano passado. É possível ouvir o ex-piloto chamando o heptacampeão de “neguinho” ao comentar um acidente envolvendo o inglês e Max Verstappen - namorado de sua filha, Kelly Piquet - durante o GP da Inglaterra de F-1.

“O neguinho meteu o carro e não deixou (o Verstappen desviar). O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro se f**. Fez uma p*** sacanagem”, criticou Piquet, em entrevista ao jornalista Ricardo Oliveira, na época.

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Piquet também usou termos homofóbicos para comentar sobre o ex-piloto Keke Rosberg e o seu filho Nico. “O Keke? Era uma b**. Não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele (Nico). Ganhou um campeonato. O neguinho (Hamilton) devia estar dando mais o c* naquela época e estava meio ruim”, disse Piquet.

A ação contra Piquet foi movida pela Educafro (responsável por promover a inclusão de negros nas universidades públicas e particulares), o Centro Santo Dias (órgão de defesa dos direitos humanos), a Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas. As entidades citam “reparação de dano moral coletivo e dano social infligidos à população negra, à comunidade LGBTQIA+ e ao povo brasileiro de modo geral” para justificar o processo.

Inicialmente, as entidades pediam R$ 10 milhões na ação. O magistrado alegou o fato de Nelson Piquet ter feito doações para a campanha de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, no valor de R$ 501 mil. Como a Lei nº 9.504/97, da Justiça Eleitoral, limita as doações e contribuições a campanhas eleitorais a 10% dos rendimentos brutos, o juiz considerou que Piquet teria arrecadado em 2021 mais de R$ 5 milhões.

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