A Prefeitura do Rio anunciou que desistiu oficialmente da construção de um autódromo na Floresta do Camboatá, na zona oeste da cidade. Os responsáveis pelo empreendimento queriam a pista numa área de Mata Atlântica, em Deodoro, o que despertou a mobilização de entidades de proteção ambiental e de milhares de pessoas.
A desistência foi confirmada na sexta-feira, dia 29, quando a secretaria municipal de Meio Ambiente (Smac) encaminhou ofício ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) pedindo o arquivamento do processo que pedia o licenciamento da área de floresta para a construção da pista.
Segundo a Smac, no documento o secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Cavaliere, destacou que a Floresta do Camboatá "é um patrimônio ambiental da cidade do Rio, que exerce papel fundamental de conexão entre os maciços da Pedra Branca e do Mendanha, unidades protegidas por legislações estaduais e municipais", e que a área é considerada prioritária para o projeto de criação de "Corredores Verdes" da capital fluminense.
"No que depender da Prefeitura, esse autódromo não será construído no Camboatá. Foi uma promessa de campanha do prefeito Eduardo Paes que está sendo cumprida. Na década da restauração ambiental, precisamos falar em recuperar espaços verdes, e não destrui-los", sustentou o secretário.
A construção da pista era estratégia central da empresa Rio Motorpark para tirar de São Paulo o direito de sediar a etapa brasileira da Fórmula 1. A mudança tinha o apoio do ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e do presidente Jair Bolsonaro, que em maio de 2019 chegou a anunciar que "o novo autódromo será construído em seis, sete meses, após o início das obras" e que "a Fórmula 1 do ano que vem (2020) será realizada no Brasil e, no caso, no Rio de Janeiro."
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