Recém-eleito presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA, na sigla em francês), Mohammed Ben Sulayem está confiante de que o inglês Lewis Hamilton não abandonará a Fórmula 1 após sua polêmica derrota pelo título de 2021 no GP de Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, no mês passado. O heptacampeão mundial perdeu a taça depois de ser ultrapassado pelo holandês Max Verstappen na última volta da corrida, após um reinício tardio pelo controle da corrida que foi contestado pela Mercedes.
A escuderia alemã inicialmente protestou contra o procedimento de recomeço após o safety car e considerou um novo recurso, mas acabou encerrando qualquer ação depois que a FIA anunciou que iniciaria uma investigação completa sobre o que aconteceu em Abu Dabi. Hamilton não falou publicamente desde uma breve entrevista após a corrida e não colocou nenhuma postagem nas redes sociais desde o dia anterior à decisão do título.
O chefe da Mercedes, o austríaco Toto Wolff, disse que tanto ele quanto Hamilton estavam "desiludidos" com os eventos em Abu Dabi e que "esperava muito que ele continuasse correndo". Ben Sulayem foi eleito o novo presidente da FIA no mês passado e já planejou fazer mudanças no livro de regras da Fórmula 1 para evitar uma repetição dos eventos nos Emirados Árabes Unidos.
Questionado durante uma coletiva de imprensa antes de uma etapa do Rally Dakar, na Arábia Saudita, se ele estava com medo de que Hamilton não corresse em 2022, o agora mandatário da federação disse: "Não, eu não acho que ele desistirá".
"Vou fazer a sua pergunta: Lewis declarou que não vai correr? Não exatamente. Sendo um piloto, você se declara e não deixa os boatos (falarem). Estou confiante de que ele voltará. Ele é uma grande parte do automobilismo e, claro, da F-1, a nova era pode aumentar suas vitórias e conquistas, e também Verstappen estará lá. Estou muito confiante de que veremos uma temporada muito desafiadora no próximo ano", acrescentou.
Ben Sulayem enfatizou a necessidade da FIA ser "proativa ao invés de reativa" na resolução dos regulamentos esportivos para garantir que não se repitam as polêmicas de Abu Dabi. "Vou estudar o caso e será decidido como seguir em frente sem pressão de ninguém", disse. "É meu trabalho e dever proteger a integridade da federação, mas não significa que não olhemos para as nossas regras e, se houver alguma melhoria (a fazer), a faremos".
"Eu disse na minha primeira entrevista coletiva que este não é o livro de Deus. Isso foi escrito por humanos. Ele pode ser melhorado e alterado por humanos. Então, é isso", concluiu.
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