Vettel protesta contra governo húngaro e usa capacete arco-íris em GP da Fórmula 1

Piloto alemão já tinha usado um tênis com o mesmo tema na quinta e deixou clara sua posição contra as decisões do primeiro-ministro Viktor Orbán

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Neste fim de semana, a Fórmula 1 está no circuito de Hungaroring. Em apoio à comunidade LGBTQIA+,  Sebastian Vettel, tetracampeão mundial da categoria, colocou o arco-íris em seu capacete e uma frase que diz: ‘Mude o mundo de bitoca em bitoca’. Na última quinta, o alemão também usou um tênis temático e disse em coletiva que “todos devem ser livres para amar”. 

Essa não é a primeira vez que Vettel desafia o conservadorismo e usa a bandeira arco-íris em seu capacete. No GP da Turquia do ano passado, o alemão chegou ao país de Recep Tayyip Erdogan com duas mensagens. A primeira dizia: “Sem fronteiras, apenas o horizonte, somente a liberdade”. Já a segunda era um desenho na base de seu capacete com pessoas de várias etnias, e o recado: “Juntos como um só”. 

Vettel usou uma camiseta e uma máscara com as cores do arco-íris antes do GP da Hungria da Fórmula 1. Foto: Florion Goga/AFP

PUBLICIDADE

O heptacampeão Lewis Hamilton se manifestou pelas redes sociais, pedindo que os húngaros defendam a população LGBTQIA+ no referendo de “proteção à criança” anunciado por Viktor Orbán, primeiro-ministro do país. Essa medida, no entanto, ainda não tem data, e as questões apresentadas pelo político estão longe de serem claras.

A Hungria vive um momento político conturbado, pois o parlamento do país adotou uma lei em 15 de junho proibindo menções à homossexualidade e mudança de sexo para crianças nas escolas. Outras medidas conservadoras foram tomadas, como impedir que transgêneros possam mudar de nome. Protestos se iniciaram nas ruas do país, e a União Europeia ameaçou sancionar o governo de Orbán se ele não recuasse da decisão.

Publicidade

Capacete de Sebastian Vettel para o GP da Hungria da Fórmula 1. Foto: Reprodução/Fórmula 1

Na Eurocopa 2020, a seleção húngara foi condenada pela Uefa por comportamento discriminatório de seus torcedores. Os atos foram vistos nas partidas contra Portugal, França e Alemanha. Nesta última, um torcedor usando a camisa alemã e segurando a bandeira LGBTQIA+ invadiu o campo no meio do hino húngaro e ficou de frente para os jogadores como forma de protesto. Torcedores alemães nas arquibancadas mostraram pequenas bandeiras com as cores do arco-íris enquanto os atletas entraram em campo. 

As punições para a Federação Húngara incluem jogar seus três próximos jogos como mandante em competições europeias de portões fechados, pagar uma multa de €100 mil (R$ 618 mil) e exibir um banner com a mensagem ‘Equal Game’, ou ‘Jogo Igual’, na tradução, durante essas partidas.

Na corrida deste domingo, Vettel ficou em 2º, atrás do francês da Alpine, Esteban Ocon. Hamilton ficou em 3º e completou o pódio.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.