A seleção brasileira feminina de vôlei voltou a tropeçar numa final do Mundial, neste sábado. Com uma equipe renovada, o Brasil foi superado pela favorita Sérvia por 3 sets a 0, com parciais de 26/24, 25/22 e 25/17, na cidade de Apeldoorn, na Holanda. Foi a quarta vez que o time feminino nacional perdeu uma decisão de Mundial, competição que nunca conquistou.
Com o resultado, a equipe da Sérvia confirmou o favoritismo de forma invicta na competição e se sagrou bicampeã mundial. O triunfo foi temperado com uma atuação de gala no terceiro set, quando as sérvias arrasaram as brasileiras, sem dar qualquer chance de reação às rivais.
Trata-se do quarto vice-campeonato da seleção brasileira feminina no Mundial. Antes, o Brasil havia sido superado pela Rússia nas finais de 2006 e 2010. Em 1994, as algozes das brasileiras foram as cubanas. De volta a uma decisão de Mundial após 12 anos, as comandadas de José Roberto Guimarães não conseguiram repetir as grandes atuações que exibiram diante do Japão e da Itália, outras equipes favoritas ao título.
Apesar da decepção, o vice-campeonato não deve deixar sabor amargo para o Brasil. Em processo de renovação, após a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano passado, o time nacional estava fora da lista dos favoritos nesta edição do Mundial. A chegada à final surpreendeu o próprio Zé Roberto, que comemorou quase como uma criança as surpreendentes vitórias sobre Japão e Itália, nas quartas de final e na semifinal, respectivamente.
Neste sábado, Zé Roberto evitou surpresas na escalação. Manteve Rosamaria no lugar de Pri Daroit, como vinha fazendo, e colocou em quadra a líbero Nyeme, ao lado também de Macris, Lorenne, Gabi, Carol e Carol Gattaz. Ao longo da partida, o treinador colocou em quadra Kisy, Roberta, Tainara e Pri Daroit.
Com a confiança em alta após a dura vitória sobre a Itália, a seleção brasileira começou bem ao aproveitar os seguidos erros de passe da Sérvia no primeiro set. Mas a vantagem foi embora rapidamente e as sérvias viraram em 11/10. Boskovic liderava o time europeu, que se destacava também nos bloqueios - somente Rosamaria parou três vezes neste sólido fundamento das rivais.
O triunfo na primeira parcial fez a Sérvia desacelerar no início do segundo set. E o Brasil abriu 6/2. Somente nesta parcial as brasileiras conseguiram faturar seu primeiro ponto de bloqueio na partida. No entanto, a seleção sérvia passou a reduzir a desvantagem no marcador e cresceu novamente no duelo. A equipe europeia empatou em 16/16 e virou para 19/16.
Sem desanimar, o time brasileiro reagiu prontamente e igualou em 22/22. Porém, a solidez do bloqueio sérvio voltou a ser decisivo no set. E o set point foi sacramentado com ponto neste fundamento. A Sérvia fazia 2 sets a 0 na final e o Brasil não encontrava um caminho para reagir, apesar dos seguidos erros cometidos pela equipe adversária.
Em situação delicada na decisão, Zé Roberto trocou a levantadora Macris por Roberta e colocou Tainara em quadra. As alterações deram efeito rápido, mas não mudaram o panorama do confronto. As sérvias assumiram a ponta no marcador logo no início do terceiro set e não foram mais alcançadas pelas brasileiras.
A diferença chegou a sete pontos, sob a liderança de Boskovic, atleta poupada na Liga das Nações para poder chegar em seu auge no Mundial. Nesta final, ela foi a maior pontuadora, com nada menos que 24 pontos. Pelo Brasil, Lorenne, Gabi e Carol anotaram nove pontos cada.
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