Depois de perder os dois primeiros sets para a Itália, o Brasil se recuperou e teve possibilidades de virar na estreia do vôlei nas Olimpíadas de Paris muito por causa de um nome: Darlan Souza, conhecido simplesmente pelo primeiro nome, garantiu a vitória da seleção no terceiro set – levando à loucura narradores e a torcida brasileira no estádio. A cada ponto marcado, mostrava a língua, comemorava com os companheiros e vibrava como se fosse o último – e o mais importante de sua carreira. Não foi o suficiente – derrota por 3 sets a 1 –, mas mostrou o cartão de visitas do oposto em Paris.
Pelo lado direito da rede, os ataques de Darlan ajudaram a ampliar as possibilidades de chegada de Lucarelli e Leal, ameaçando a defesa italiana. A partir dele, o Brasil conseguiu se recuperar na partida, depois de ser surpreendido pelos europeus nos dois primeiros sets. Campeão dos Jogos Pan-Americanos em Lima, no Peru, chegou como destaque, em meio a outros nomes como Lucão e Bruninho, para ajudar na seleção liderada por Bernardinho em Paris.
“Só fui (eu mesmo). O pessoal do time me deixa muito à vontade. Não adianta dar esporro, ganhando ou perdendo esse sou. É o meu jeito”, afirmou Darlan, na zona mista, logo após a derrota. Tido como o grupo da morte, o Brasil encara a Polônia na próxima partida em Paris.
O oposto já havia ganhado notoriedade no Pré-Olímpico de vôlei, em 2023. Justamente neste torneio o Brasil venceu a Itália para garantir a vaga em paris. A cada ponto marcado e antes dos saques, o jovem de 21 anos fazia gestos que parecem estranhos aos desavisados, mas que são mundialmente conhecidos entre os fãs de animes, gênero de desenho animado típico do Japão.
Os movimentos feitos por Darlan com as mãos são ‘jutsus’, uma técnica ninja utilizada pelos personagens de “Naruto”, anime muito popular no Brasil e um dos favoritos do atleta, que é completamente fascinado pela cultura japonesa. O fascínio é manifestado também em seu braço direito, onde tem uma tatuagem enorme de Kyojuro Rengoku, personagem da série de mangá e anime “Demon Slayer”.
Em julho de 2022, quando foi chamado para a Liga das Nações, disputada no Japão, Darlan ficou extasiado. “Quando eu soube que iria ao Japão com a seleção masculina de vôlei foi uma alegria imensa. Contei para os meus irmãos e meus pais na hora. Fiquei animado e um pouco ansioso. O foco era a Liga das Nações, os treinamentos e os jogos, mas vivenciar um pouco a cultura japonesa já era uma experiência incrível”, disse na ocasião, já em solo japonês.
A celebração em forma de ‘jutsus’ já é marca registrada de Darlan, tanto na seleção quanto no Sesi-Bauru, há algum tempo, a ponto de virar assunto entre os dubladores de Naruto no Brasil. Úrsula Bezerra, Tati Keplmair e Robson Kumode divulgaram um vídeo, antes do Mundial de Vôlei de 2022, interpretando seus respectivos personagens, para desejar sorte ao oposto da seleção do time de Renan.
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