Tande revela susto e conversas com médicos após enfarte: ‘Tinha duas horas a uma semana para morrer’

Campeão olímpico, ex-jogador da seleção brasileira de vôlei revela choque antes de internação

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Foto do author Leonardo Catto
Atualização:

Tande falou pela primeira vez após internação por enfarte. O ex-jogador de vôlei contou os detalhes das conversas que teve com médicos durante o período no hospital e o susto ao receber a notícia. Campeão olímpico em Barcelona-1992, o ex-atleta de 54 anos ficou internado por cinco dias.

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“Eu sou campeão olímpico, mundial, campeão na praia, palestrante, lancei livro... eu achava que, no máximo, seria uma pneumonia. [Aí a médica] vira e fala: ‘quando tem essa alteração aqui, é enfarte’. Eu falei: ‘Oi? O que é isso? Não é possível’. Aí do nada ela falou: ‘E tem mais: você vai ser internado agora’.”, revelou ao programa Domingo Espetacular, da Record.

Tande passou por uma angioplastia, procedimento considerado pouco invasivo para desobstruir artérias e aumentar o fluxo de sangue para o coração. Quando foi internado, o ex jogador tinha três obstruções. Uma delas chegou a 98% de entupimento, enquanto as outras tinham 78% e 73%.

Tande foi internado após infarto, mas não precisou realizar procedimentos invasivos. Foto: Tande via Instagram

Há pelo menos quatro anos, Tande notava dificuldade em algumas atividades. “Subindo a escada de casa, já ficava ofegante. O atleta de alta performance pensa que precisa melhorar no aeróbico. [Na Disney, brinquei com meus filhos]: ‘meninos, abriu a fila lá. Vamos correr’. Eu cheguei antes dos meus filhos, que têm 25 e 21 anos, mas parecia que eu estava tomando facadas no pulmão. A mandíbula comprime e eu sentia a dor repercutir no ouvido.”

Antes da internação, Tande comemorava o aniversário da irmã, a também medalhista olímpica Adriana Samuel, e sentiu um mal-estar ao deixar o restaurante em que estava. Entre lágrimas, o ex-jogador conta que pensou na mãe, que morreu lutando contra um câncer na cabeça, e decidiu ir ao hospital, sem suspeita de que poderia se tratar de um enfarte.

Após a verificação do grau de obstrução dos vasos sanguíneos, Tande foi informado pelo cardiologista responsável que, caso não tivesse recorrido ao sistema de saúde, ele poderia ter morrido em pouco tempo. “Ele disse: ‘Tenho uma notícia boa e ruim. A boa é que você não vai precisar botar safena e abrir o tórax. A ruim, campeão, é que tu tinha duas horas a uma semana para morrer. Você está entupido’.”, revelou o ex-atleta.

Tande e Mauricio comemoram a vitória sobre a Holanda, na final Olímpica em 1992. Foto: Fábio Salles/Estadão

Tande também contou sobre o histórico familiar de predisposição para enfartes. “Muitas pessoas ficaram: ‘caramba, se aconteceu com um atleta campeão olímpico, pode acontecer comigo. Será que ele cuidava?’. Nunca fumei, nunca bebi e nunca me droguei. Mas meu avô morreu muito cedo, ele enfartou. Meu tio, em um futebol de sábado, foi para o ataque e, quando ele voltou correndo, e caiu duro aos 42 anos.”

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Após a aposentadoria, o ex-jogador de vôlei e vôlei de praia manteve rotina de exercícios físicos. Ele tem, inclusive, uma mini academia em casa. Apesar de a prática regular de atividade física ser uma ferramenta na prevenção contra doenças cardiovasculares, ela não elimina os riscos para casos como esse. Segundo o Ministério da Saúde, tabagismo, sedentarismo, alimentação ruim, colesterol alto e estresse são os principais fatores que podem levar a um enfarte. Pessoas com diabetes e hipertensão têm de duas a quatro vezes mais chances de desenvolver o quadro, indica a pasta.

Pampa, colega de Tande em Barcelona, é intubado por complicações com câncer

Após a alta, Tande foi informado sobre o estado de saúde de Pampa, que também fez parte da seleção olímpica campeã em 1992. André Felippe Falbo Ferreira foi intubado no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, depois de 35 dias de internação em um hospital em Campos dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro. Ele trata um linfoma de Hodgkin (câncer do sistema linfático) e apresentou complicações pulmonares após ser submetido à quimioterapia.

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