Walewska, campeã olímpica em Pequim 2008 com a seleção brasileira de vôlei, morre aos 43 anos

Jogadora divulgava livro e gravou podcast um dia antes de morrer; Polícia Civil investiga circunstâncias do incidente

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Foto do author Paulo Chacon
Atualização:

Campeã olímpica em Pequim-2008 com a seleção brasileira de vôlei, a central Walewska morreu na noite desta quinta-feira, dia 21, em São Paulo. A Polícia Civil investiga circunstâncias da morte. A jogadora tinha 43 anos e estava aposentada desde o fim da temporada de 2021/2022, quando defendeu o Praia Clube de Uberlândia. O velório será neste sábado, às 6h, no Bosque da Esperança, em Belo Horizonte. O enterro está programado para às 10h e será acompanhado somente por familiares e amigos.

Um dia antes de morrer, Walewska participou da gravação de um podcast que foi ao ar nesta quinta-feira. No programa, ela falou sobre a sua carreira no vôlei e divulgou seu livro “Outras Redes”. Em contato com a reportagem do Estadão, a família pediu respeito ao momento difícil. Ex-companheiras da seleção lamentaram a morte da atleta nas redes sociais. José Roberto Roberto Guimarães e Bernardinho, dois dos melhores técnicos de vôlei no País e com quem Wal trabalhou, ficaram em choque com a notícia. Relembre a carreira da jogadora.

Walewska, medalhista de ouro pela seleção brasileira de vôlei em 2008, morre aos 43 anos Foto: Reprodução/Instagram/@walewska.oliveira

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Walewska esteve no centro de treinamento do Palmeiras ne se encontrou com o técnico Abel Ferreira. Na oportunidade, a jogadora e o treinador trocaram seus livros e tiveram um momento de conversa sobre esporte e vida, carreira e gestão. O português comentou sobre a morte de Wal após em sua coletiva após a derrota para o Grêmio em jogo em Porto Alegre.

“Quando me disseram (de sua morte), eu não acreditei. Não vale a pena me chatear com o futebol, vários treinadores me disseram isso. Tem de aprender a desfrutar e dar o seu melhor. A verdade é que estamos na fila. Mesmo sem saber quando é a nossa vez, mas estamos todos na fila. Não vale a pena. Temos que ser gratos e eu sou grato por tudo. Quando recebo uma notícia dessas, te faz pensar sobre o significado da vida. Nestes momentos em que falamos da morte, pensamos e questionamos qual é a missão quanto homem, pessoa, cidadão. É duro. Tive uma oportunidade em particular com ela e foi espetacular. Tivemos uma hora e ela foi espetacular. Ela era capitã da equipe e foi extraordinária”, disse.

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O treinador do Palmeiras estava visivelmente emocionado. “Perguntei como era a transição de atleta para aposentado e ela reconheceu que era um luto. Há muitas coisas que os atletas ganham, mas todos tem que se preparar para a próxima etapa. Foi uma honra extraordinária e quando me disseram a notícia, eu não quis acreditar. Infelizmente, é preciso. Às vezes temos medo de fazer as coisas em campo, mas comparado a isso? Para mim foi uma notícia muito triste. Dou minhas condolências à família e a sensação que tenho é de que não é verdade”.

Nas redes sociais, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) publicou uma nota de pesar lamentando a morte da jogadora. “Waleska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada”, disse o presidente da CBV, Radamés Lattari.

O Praia Clube, equipe profissional de vôlei feminino de Uberlândia, Minas Gerais, onde Walewska foi capitã e campeã da Superliga 17/18 e do Sul-Americano 2021, também declarou pesares. “O vôlei brasileiro e a comunidade esportiva perderam uma verdadeira lenda”, afirma em nota. “Que sua memória e legado continuem a brilhar como uma fonte de inspiração para as gerações futuras”.

Carreira de Walewska

Campeã durante toda a carreira, Walewska nasceu em Belo Horizonte e começou sua caminhada no esporte aos 12 anos quando passou em um teste do Minas Tênis Clube, tradicional clube da capital mineira. No vôlei, a atleta passou por Minas, Rio de Janeiro, São Caetano, Perugia, Murcia, Odintsovo, Vôlei Futuro, Campinas, Praia Clube e Osasco.

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Pela seleção brasileira, Walewska foi campeã de quase tudo e atuou por cerca de dez anos. Campeã olímpica em 2008 e bronze em 2000, a jogadora também foi prata no Mundial de 2006 e conquistou o tricampeonato do Grand Prix, atual Liga das Nações.

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