Não há evidências que baseiem a alegação de uma publicação no Facebook que afirma que o governo Bolsonaro economizou R$ 2 trilhões em sete meses "fechando a torneira da corrupção". Para conseguir essa economia, seria necessário reduzir o orçamento federal, previsto para R$ 3,2 trilhões em 2019, em quase 62%.
De acordo com o Resultado do Tesouro Nacional de julho (divulgado em agosto deste ano), no acumulado dos primeiros sete meses de governo, a despesa total diminuiu 0,9% em termos reais, em comparação ao mesmo período de 2018. A diferença foi de R$ 7 bilhões. A principal redução foi de despesas discricionárias, que diminuíram em R$ 12 bilhões, ou 18% em relação aos meses de janeiro a julho do ano anterior.
No total, o valor destinado a esse tipo de gasto atingiu R$ 121,5 bilhões no período de 12 meses encerrado em julho de 2019, o mesmo nível de novembro de 2009. A expectativa do governo é que as discricionárias cheguem a R$ 94,9 bilhões no fim deste ano, o menor valor desde o início da série histórica, de maio de 2009.
Despesas discricionárias são gastos não obrigatórios. Este é o tipo de custo que pode ser contingenciado, como mostra este documento do Ministério da Fazenda do final do ano passado.
Despesas contingenciáveis - Ministério da Fazenda
Segundo o Tesouro Nacional, as despesas obrigatórias consomem a totalidade da receita líquida federal desde 2015. A maior parte (48%) é destinada a benefícios previdenciários, seguido de gastos com pessoal e encargos sociais (24%). De janeiro a julho deste ano, o déficit primário acumulado (diferença entre receita e gastos) foi de R$ 35 bilhões.
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