Uma anedota viralizou nas redes sociais afirmando que o bilionário Bill Gates teria dado uma gorjeta de US$ 5 em um restaurante. Segundo as postagens, Gates teria dado uma lição sobre economia de gastos ao dizer para o garçom que o valor da gorjeta era baixo porque ele era filho de um lenhador.
No entanto, não há qualquer evidência que isso tenha ocorrido de verdade: a mãe de Gates era professora e o pai, advogado. Um dos posts com essa história foi compartilhado ao menos 1,4 mil vezes no Facebook.
Segundo a postagem, o bilionário foi a um restaurante com a filha; enquanto ela deu uma gorjeta de US$ 500, ele ofereceu apenas US$ 5 ao garçom. O post atribui a Gates a seguinte justificativa: "ela é filha do homem mais rico do mundo, mas eu sou filho de um lenhador".
Bill Gates nasceu em Seattle, em 1955. Em um site pessoal, descreve a família como "incrível e apoiadora". O co-fundador da Microsoft era filho de William H. Gates Sr., advogado, e Mary Gates, professora escolar. Com a ex-mulher, Melinda Gates, Bill teve duas filhas e um filho: Jennifer Katharine, Phoebe Adele e Rory John.
O bilionário frequentou a Lakeside School, uma escola de elite de Seattle. Em 2021-2022, o valor anual da matrícula é de US$ 38.160. Posteriormente ingressou em Harvard, uma das instituições de ensino superior mais prestigiadas no mundo, para fundar a empresa Microsoft.
Gates não é o homem mais rico do mundo atualmente. Esse posto é de Jeff Bezos, dono da Amazon, que tem fortuna de US$ 177 bilhões, segundo a Forbes. O co-fundador da Microsoft está em quarto lugar, com US$ 124 bilhões.
O site de checagens Snopes encontrou versões diferentes da mesma história creditadas a outros magnatas, como o americano John D. Rockefeller. Este conteúdo também foi checado por Boatos.org, India Today e Africa Check.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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