Apesar de já ter sido desmentido em checagens publicadas pelo Estadão Verifica e outros veículos de imprensa, um boato falso sobre a jornalista Miriam Leitão continua a circular nas redes sociais. Uma imagem a acusa de ter assaltado o banco Banespa da Rua Iguatemi, em São Paulo, em 1968. Mas é mentira: Miriam tinha apenas 15 anos quando o crime teria ocorrido e morava em Caratinga, no interior de Minas Gerais, sua cidade natal.
Miriam foi presa pelo regime militar em 1972, quando tinha 19 anos, por razões políticas. A jovem morava em Vitória, no Espírito Santo, e era militante do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB. Em um depoimento de 2014, ela relatou que foi presa quando estava a caminho da praia. A jornalista contou que estava grávida e foi espancada, ameaçada de estupro e deixada sozinha, nua, em uma sala com uma jiboia.
A foto utilizada no boato foi publicada no livro Em Nome dos Pais, de autoria de um dos filhos de Miriam, Matheus Leitão. Com base em documentos até então inéditos, entrevistas e relatos pessoais, o texto descreve o início da militância política de Miriam, os trabalhos que ela exercia para o PCdoB, o modo como foi presa e o que vivenciou na prisão.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) já soltou nota de repúdio aos boatos contra Miriam.
Esta desinformação também foi enviado por leitores ao WhatsApp do Estadão Verifica: (11) 99263-7900. Os sites Fato ou Fake e Agência Lupa também publicaram checagens semelhantes. Este conteúdo foi selecionado para verificação por meio da parceria entre Estadão Verifica e Facebook (saiba mais aqui).
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