Atualizada às 15h12 de 8 de março de 2021 para acréscimo de foto do momento da prisão.
Uma montagem voltou a circular no Facebook para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A publicação usa uma foto do petista sendo conduzido pela Polícia Federal, mas na verdade a imagem é uma montagem feita por um site satírico.
O boato circulou inicialmente em 2015. Na ocasião, o site de checagens E-Farsas verificou que a imagem fora produzida pelo blog humorístico Esperança do Brasil. Ela ilustrava a falsa notícia de que Lula teria sido secretamente preso pela PF em sua casa em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. O próprio site, no entanto, exibia uma mensagem com aviso de que o conteúdo ali publicado era inventado.
A página do Esperança do Brasil não está mais no ar.
A foto utilizada no boato foi originalmente tirada pelo fotógrafo Geraldo Bubniak. Ela retrata a prisão preventiva do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) na 11ª fase da Lava Jato em 13 de abril de 2015. No momento do registro, Corrêa chegava ao Instituto Médico Legal de Curitiba para realizar o exame de corpo de delito.
Uma foto do momento da prisão de Pedro Corrêa ainda está disponível no portal G1 (confira abaixo).
À época, ele já era condenado a sete anos e dois meses no Mensalão por vender apoio ao governo Lula no Congresso e cumpria pena no regime semiaberto. Na 11ª fase da Lava Jato, os investigadores apuravam se ele teria usado contas da nora, de ex-assessores e de um funcionário de sua fazenda para receber recursos desviados da Petrobrás.
Lula só seria preso três anos mais tarde, no dia 7 de abril de 2018. O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex do Guarujá. Ele seria solto 580 dias depois, em 8 de novembro de 2019.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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