É falso que Bolsonaro foi absolvido em ação que o tornou inelegível

Postagens tiram de contexto notícia antiga sobre manifestação da PGR, anterior ao julgamento, para afirmar que o ex-presidente estaria apto a disputar as próximas eleições

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Foto do author Gabriel Belic

O que estão compartilhando: que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi absolvido em ações que poderiam torná-lo inelegível e poderá disputar as eleições de 2026.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A peça desinformativa tira de contexto uma informação noticiada pelo programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, no dia 9 de março deste ano, sobre uma manifestação da Procuradoria Geral da República (PGR). Nessa época, o julgamento pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro sequer havia ocorrido. Foi apenas no dia 30 de junho que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível até 2030. No dia 22 de setembro, o TSE começou a julgar um recurso apresentado pela defesa do ex-chefe de Estado, mas a Corte Eleitoral tem maioria para rejeitar o pedido.

Notícia sobre manifestação da PGR sobre conduta de Bolsonaro em reunião com embaixadores é tirada de contexto para afirmar que ex-presidente foi absolvido Foto: Arte/Estadão

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Saiba mais: postagens que circulam nas redes sociais enganam ao afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria sido absolvido do processo que o levou à inelegibilidade até 2030. Para sustentar a alegação, publicações tiram de contexto um trecho do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, exibido no dia 9 de março deste ano.

No corte específico, o programa noticia que a PGR se manifestou pelo arquivamento do pedido de investigação sobre a conduta de Bolsonaro em reunião com os embaixadores. A então vice-procuradora geral da República, Lindôra Araújo, afirmou não ver indícios de crimes nas falas de Bolsonaro.

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O parecer do Ministério Público em uma ação expressa a opinião da entidade, com base na lei, sobre o mérito da ação. Os juízes do caso não são obrigados a concordar com a posição do órgão.

No dia 30 de junho, o TSE enquadrou, por 5 votos a 2, o ex-chefe do Executivo por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Em julho de 2022, Bolsonaro fez uma reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio do Alvorada para espalhar desinformação sobre o processo eleitoral. O discurso aos diplomatas foi transmitido ao vivo nas redes sociais e na TV Brasil.

No dia 22 de setembro, a Corte Eleitoral começou a julgar o recurso apresentado pela defesa do ex-chefe de Estado. Os embargos de declaração apresentados pela defesa não podem alterar o mérito da decisão, mas os ministros podem reconhecer eventuais erros ou contradições no acórdão do julgamento.

No entanto, o TSE tem maioria para rejeitar o pedido de defesa. A sessão virtual fica disponível para voto até esta quinta-feira, 28. Sendo assim, ao contrário do que afirma a peça verificada, Bolsonaro não foi “absolvido” e, até o momento, continua inelegível até 2030.

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Como lidar com postagens do tipo: A postagem analisada retira de contexto uma notícia verídica para espalhar desinformação. Neste caso, é importante buscar a fonte original da informação que está sendo repassada nas redes sociais. Assim, uma simples busca no Google pode ajudar a verificar se a notícia é recente e se a alegação do vídeo é verdadeira ou não.

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