O que estão compartilhando: que um broche vermelho utilizado por artistas na 96ª Cerimônia do Oscar faz referência ao assassinato de judeus em território palestino.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Atores, diretores e outros integrantes da indústria do cinema usaram os itens em suas roupas para pedir por um cessar-fogo no conflito na Faixa de Gaza. A página do movimento responsável pela elaboração do símbolo não cita a morte de cidadãos israelenses, mas sim a promoção da paz.
Saiba mais: a postagem checada alega que a cor vermelha e o símbolo da mão fariam referência à morte de israelenses espancados e esquartejados por uma multidão de palestinos, na cidade de Ramallah, em 12 de outubro de 2000. Diz que a foto de um dos linchadores com as mãos sujas de sangue “tornou-se um símbolo usado tanto para glorificar como para justificar a morte de judeus”. E questiona se “Essas celebridades sabem o movimento que estão apoiando?”
Os broches utilizados por artistas como Mark Ruffalo, Billie Eilish, Ramy Youssef e Mark Ronson mostravam uma mão laranja com um coração preto em sua palma e um fundo vermelho. Eles foram elaborados pelo movimento ARTISTS4CEASEFIRE (artistas em defesa de um cessar-fogo, em tradução livre).
O grupo informa que o fundo vermelho representa a “urgência de salvar vidas”. Já a mão laranja remete às pessoas “de diferentes contextos que se juntaram para apoiar a nossa causa”. O coração preto traz a mensagem de que é preciso “sempre liderar com o coração e com o amor” (leia em inglês aqui).
No site do grupo há uma carta aberta endereçada ao presidente Joe Biden e ao Congresso Americano (confira aqui em inglês), pedindo pela intermediação de um cessar-fogo. Eles condenam a morte de civis tanto do lado da Palestina quanto de Israel. Defendem o fim do bombardeio israelense a Gaza e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas.
Conflito entre Israel e Hamas
Israel iniciou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza depois que o grupo palestino Hamas atacou cidades em solo israelense e fez 240 reféns, em 7 de outubro de 2023. O ataque terminou com cerca de 1.200 cidadãos israelenses mortos. Desde então, Israel bombardeia cidades e faz incursões terrestres no enclave palestino. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirma que mais de 30 mil pessoas morreram até o momento no território.
Linchamentos nos anos 2000
Em 12 de outubro de 2000, três soldados israelenses entraram por engano em território controlado pela Autoridade Palestina. Eles foram detidos pela polícia e levados para uma delegacia para prestar esclarecimentos. Uma multidão invadiu o local e assassinou os soldados. Policiais ficaram feridos tentando impedir os agressores.
Em resposta às mortes, o exército israelense bombardeou alvos na Faixa de Gaza e em Ramallah. Este foi um dos incidentes mais graves numa escalada de violência na região. Confira a notícia abaixo nas páginas do Estadão.
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