O que estão compartilhando: que vídeo mostra o bilionário Elon Musk pedindo apoio a Pablo Marçal (PRTB) na candidatura para a Prefeitura de São Paulo. O dono da rede social X, antigo Twitter, também teria dito que irá tentar ser presidente do Brasil.
O Estadão Verifica checou e concluiu que: é falso porque o vídeo original de Musk foi manipulado. O conteúdo falso altera a tradução da legenda e do áudio de uma transmissão em que o empresário falava sobre o futuro da tecnologia para entusiastas de carros da empresa Tesla Motors. Não foram encontrados registros de declarações do bilionário em apoio a Marçal.
Saiba mais: Não é verdade que Elon Musk declarou apoio a Marçal na candidatura à Prefeitura de São Paulo ou disse estar interessado na Presidência do Brasil. A postagem manipula uma palestra do dono do X para um evento aos proprietários do carro Tesla.
Por meio da busca reversa (veja como fazer aqui), a reportagem localizou as imagens originais publicadas por um perfil do clube de proprietários dos veículos Tesla. No evento X Takeover 2024, na quarta-feira, 28, direcionado a entusiastas dos carros elétricos, Musk comentou sobre o futuro da tecnologia de exploração espacial e de mobilidade em uma entrevista transmitida. Em nenhum momento da conversa, o bilionário citou a política brasileira ou declarou apoio a Marçal.
A publicação analisada recorta trechos dessa transmissão e inventa uma tradução, na legenda e no áudio, para mudar as falas originais de Musk. Segundo o vídeo, ele teria dito: “Conto com apoio dos brasileiros e paulistas para que elejam Pablo Marçal. Ele é o futuro do Brasil e tem meu total apoio. Enquanto eu ainda quero conseguir minha candidatura à presidência no País, irei fazer campanha para Marçal”, mas isso não é verdadeiro. Veja o vídeo original abaixo.
O X, do qual Musk é dono, mantém ativa a conta de Pablo Marçal na plataforma, apesar de a Justiça Eleitoral ter determinado a suspensão temporária das redes sociais do candidato. Ele é acusado de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação na remuneração de usuários para produzir “cortes” e divulgá-los nas redes. No Instagram e o TikTok, o perfil do empresário brasileiro está fora do ar.
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Como lidar com posts tipo: É comum que trechos de vídeos sejam recortados e retirados do seu contexto original para espalhar desinformação. Os conteúdos podem sofrer alterações na legenda, no áudio ou mesmo serem alterados usando inteligência artificial. Antes de acreditar, procure indícios na fala e nas imagens para checar se o conteúdo é verdadeiro e busque com a pesquisa reversa. O Estadão Verifica já checou uma montagem de Musk com a bandeira do Brasil e que ele não disse que Lula ‘foi nomeado, e não eleito’.
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