O que estão compartilhando: que o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, teria dito que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não atendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao telefone, indignado com a simpatia do brasileiro ao Hamas. Zonshine também teria dito que o Brasil está incluso na lista negra de países que apoiam o terrorismo.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A postagem que circula nas redes cita como fonte o site Diário do Poder. O site publicou um texto no dia 14 de outubro sobre uma entrevista de Zonshine ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes. Nessa entrevista, veiculada em 13 de outubro, o embaixador não diz nenhuma das frases mencionadas na postagem.
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/3BBJH3WNWVALZOGBD6MUOJM5YY.png?quality=80&auth=217313c81365444bb233be9db4d300e71a3fc0ed6ad2621559b7a9007349ed1e&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/3BBJH3WNWVALZOGBD6MUOJM5YY.png?quality=80&auth=217313c81365444bb233be9db4d300e71a3fc0ed6ad2621559b7a9007349ed1e&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/3BBJH3WNWVALZOGBD6MUOJM5YY.png?quality=80&auth=217313c81365444bb233be9db4d300e71a3fc0ed6ad2621559b7a9007349ed1e&width=1200 1322w)
Saiba mais: No início da entrevista com o Jornal Gente, o jornalista Claudio Humberto, que também é o autor do texto no Diário do Poder, pergunta a Daniel Zonshine:
“O governo brasileiro tem se portado de maneira muito condescendente em relação aos terroristas do Hamas. Nem sequer cita o nome do Hamas nas notas em que lamenta a morte dos brasileiros. Três brasileiros, três pessoas nascidas no Brasil, duas cariocas e um gaúcho. E o governo, quando publica a nota, nem sequer cita o nome do Hamas. Essa atitude brasileira, esse comportamento do Brasil, de alguma maneira desaponta o governo de Israel?”
O embaixador responde: “Temos diferença de opiniões e de definições. Nós pensamos que matar crianças num tiro na cabeça, estuprar mulheres e matar civis nas casas deles, nós pensamos que não tem outra palavra fora do terror para isso. O Itamaraty pensa diferente.”Na entrevista não há menção a um telefonema de Lula a Netanyahu, ou a uma “lista negra de países que apoiam o terrorismo”.
Lula conversou por telefone com o presidente de Israel, Isaac Herzog, no dia 12 de outubro. De acordo com postagem no X (antigo Twitter) do próprio Lula, a conversa foi sobre o resgate que o governo organiza para retirar brasileiros sitiados na Faixa de Gaza.
O conteúdo verificado aqui também já foi desmentido pela Lupa e pelo UOL Confere.