‘Estadão Verifica’ e parceiros recebem prêmio internacional por projeto colaborativo

Iniciativa conjunta com Lupa, Aos Fatos, UOL Confere, Comprova e Meedan distribuiu milhares de checagens pelo WhatsApp para combater desinformação sobre as eleições de 2022

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Por Redação

Uma iniciativa conjunta das agências de checagem de fatos Estadão Verifica, Lupa, Aos Fatos, Uol Confere e Comprova, em parceria com a empresa Meedan, recebeu o prêmio de projeto colaborativo mais inovador e de maior impacto no Global Fact — evento realizado todos os anos pela International Fact-Checking Network (IFCN), organização internacional de apoio ao combate à desinformação, ligada ao Instituto Poynter, dos Estados Unidos.

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O projeto premiado é o Confirma 2022, que atuou durante a campanha eleitoral do ano passado. Os cinco núcleos de checagem trabalharam juntos para montar um banco de dados compartilhado com questionamentos e boatos enviados por eleitores para os canais de WhatsApp das agências. O Tribunal Superior Eleitoral também participou do projeto, ao distribuir por seu canal de WhatsApp mais de 150 mil links com checagens, em resposta a mensagens enviadas por eleitores. O banco de dados compartilhado permitiu o monitoramento dos boatos de maior impacto no aplicativo de mensagens e que mereciam ser priorizados nas checagens. O escopo do projeto se limitou à desinformação sobre o processo eleitoral, como alegações infundadas de fraudes nas urnas, por exemplo. Rumores e mentiras sobre candidatos não entraram na rede de distribuição do TSE.

Entre 16 de agosto e 12 de dezembro, o projeto compilou mais de 347 mil mensagens anônimas de eleitores e distribuiu mais de 150 mil conteúdos em resposta a esses questionamentos. Grande parte das checagens foi publicada nos sites dos veículos parceiros, ampliando seu alcance através de pesquisas no Google, por exemplo.

O prêmio foi entregue durante o Global Fact 10, em Seul, na Coreia do Sul. O projeto concorreu com outras três iniciativas na categoria, selecionadas previamente pela IFCN para votação pela internet.

“Consideramos que o prêmio é um reconhecimento do impacto do jornalismo colaborativo entre diferentes veículos de imprensa quando há interesse público envolvido”, disse Daniel Bramatti, editor do Estadão Verifica. “Boatos infundados foram difundidos por grupos interessados em tumultuar o processo eleitoral, com objetivos antidemocráticos. Reagir a isso foi o que motivou a formação dessa parceria.”

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Os demais projetos finalistas envolviam um serviço de mensagens instantâneas para migrantes filipinos no aplicativo Viber (Vera the Truth Bot, por Vera Files e Taiwan Fact-Check Center), um relatório colaborativo contra a desinformação sobre a vacina da Pfizer (#pfizerpapers: uma análise sobre o fluxo de desinformação sobre a vacina da Pfizer contra a covid-19, por Factcheck.vlaanderen, Nieuwscheckers, Bellingcat e Textgain) e uma análise sobre a propaganda anti-Ucrânia nas redes sociais da Polônia (Relatório Demagog: propaganda anti-ucraniana nas redes sociais, por Demagog Association e Institute of Media Monitoring).

Outros dois trabalhos foram premiados no evento. A agência de checagem Dubawa, da Nigéria, venceu a categoria de verificação de fatos de maior impacto com um artigo que denunciou que um popular medicamento à base de plantas não apenas falhava em curar malária, febre tifóide e outras doenças, como trazia riscos de problemas nos rins, no fígado e nos pulmões dos usuários e continha uma substância potencialmente cancerígena. A Cek Fakta Liputan 6, da Indonésia, produziu uma história em quadrinhos para estudantes sobre como combater a desinformação sobre a covid-19, em um trabalho reconhecido como o formato mais criativo nesta edição do Global Fact.

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