Aeronaves estrangeiras mostradas em vídeo participavam de simulação da FAB; entenda

Post mostra chegada de aviões internacionais para o Exercício Cruzeiro do Sul; objetivo é treinar situações de conflito

Publicado em parceria com o Comprova. Leia mais sobre a coalizão.

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Conteúdo analisado: Vídeo mostra quatro aeronaves voando. A legenda diz “Caças F-15 dos EUA pousaram na Base Aérea de Natal, no Rio Grande do Norte, como parte do exercício multinacional ‘CRUZEX 2024′”.

Onde foi publicado: TikTok.

Contextualizando: Apesar de a legenda da gravação apontar que se trata de um exercício multinacional, comentários na postagem conspiram que estaria “acontecendo alguma coisa estranha que a mídia não fala” e questionam um suposto envolvimento dos EUA na defesa do Brasil. As redes sociais da FAB mencionam o evento desde outubro, enfatizando a legenda “CRUZEX: A Guerra é Simulada. O Treinamento é Real”.

Os EUA trouxeram para o CRUZEX caças F-15 Eagle pela primeira vez em 2024. A esquadrilha de caças foi fotografada no dia 2 de novembro e consta no Flickr oficial da FAB. Foto: Sgto Müller Marin/Flickr da Força Aérea Brasileira

O vídeo mostra a chegada de aeronaves para participarem do Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX). O evento acontece desde 2002 e é liderado pela Força Aérea Brasileira (FAB), com a participação do Exército e da Marinha do Brasil. O objetivo é promover a troca de experiências entre os integrantes das Forças Aéreas dos países participantes por meio de um treinamento conjunto em simulações de conflito. Este ano aconteceu a 8ª edição do treinamento, entre os dias 3 e 15 de novembro, na Base Aérea de Natal (BANT). A maioria dos veículos aéreos participantes pousou entre os dias 1 e 3 de novembro, segundo a FAB.

Os EUA participam do CRUZEX desde a 5ª edição, que aconteceu em 2010. Neste ano, o país trouxe para o Brasil caças F-15 Eagle pela primeira vez. As aeronaves vieram da 159º Ala de Caça da Guarda Aérea Nacional de Louisiana, sediada na Base Aérea Naval Conjunta de Nova Orleans. A esquadrilha de caças foi fotografada no dia 2 de novembro – data da postagem do TikTok– e consta no Flickr oficial da FAB.

Este ano, os países que participam com esquadrões de voo em território brasileiro são Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Portugal. Há equipes do Chile, Colômbia, EUA, Paraguai e Peru para realizar tarefas espaciais e cibernéticas. Como observadores, estão África do Sul, Alemanha, Canadá, Equador, França, Itália, Suécia e Uruguai. Cada país oferece suas aeronaves e conhecimentos específicos, visando uma cooperação internacional no campo da defesa.

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Os países e as respectivas aeronaves participantes no treinamento são:

  • Brasil, com os caças F-39 Gripen, F-5EM, A-1, A-29B, de transporte C-105/SC-105 Amazonas, KC-390 Millennium, E99M e helicóptero H-36 Caracal da FAB, além do A4 da Marinha do Brasil (MB);
  • Argentina com IA-63 Pampa e KC-130H;
  • Chile com o KC-135 e F-16 ;
  • Colômbia com KC-767;
  • EUA com F-15 e KC-46 (767);
  • Paraguai com AT-27 e C-212;
  • Peru com KT-1P e KC-130;
  • Portugal com KC-390.

Participam 16 países, mais de 3,6 mil militares e cerca de 100 aeronaves nesta edição. O conteúdo verificado aqui foi postado no TikTok no dia 2 de novembro e já soma mais de 1 milhão de visualizações, 40 mil curtidas e 2 mil comentários na plataforma.

Fontes consultadas: Assessoria de Imprensa do Comando da Aeronáutica e publicações oficiais no site e redes sociais da Força Aérea Brasileira.

Por que o Comprova contextualizou este assunto: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições. Quando detecta nesse monitoramento um tema que está sendo descontextualizado, o Comprova coloca o assunto em contexto. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Mais postagens nas redes sociais mencionam as Forças Armadas do Brasil e justificam contextualizações do Projeto Comprova, como um post que usa vídeos antigos para minimizar atuação do Exército nas enchentes no RS; autor diz que era teste de fake news.

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