O que estão compartilhando: que há um laudo indicando que o piloto do avião de Eduardo Campos foi envenenado no dia do acidente.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Em nota ao Estadão Verifica, o Ministério Público Federal (MPF) informou que “não foi encontrado nenhum indício que corroborasse essa hipótese.” O MPF arquivou em 2019 o inquérito policial que investigava o acidente aéreo que matou o então candidato à presidência e mais seis pessoas.
Saiba mais: O boato de envenenamento do piloto do presidenciável circulou nas redes sociais na época do acidente, em 2014, e depois em 2019. Essa hipótese nunca foi confirmada. O relatório do MPF não identificou a causa exata da queda da aeronave ou os possíveis responsáveis pelo ocorrido, por isso o caso foi arquivado.
À época, o MPF informou que a impossibilidade de solucionar o caso se deu devido à “inoperância ou ausência de equipamentos na cabine de comando”. Isso porque o gravador que poderia registrar eventuais diálogos no momento do acidente não estava funcionando. Outro fator apontado no relatório de arquivamento foi a falta do gravador de dados de voo.
O documento apontou quatro hipóteses prováveis para a queda do avião: colisão com um elemento externo, falha de profundor (uma das peças da aeronave), desorientação espacial e falha de compensador do profundor. Contudo, as hipóteses não puderam ser confirmadas.
Documentos oficiais não citam suposto envenenamento de piloto de Eduardo Campos
Outros dois relatórios, um da Polícia Federal (PF) e um do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) também não apontam para um suposto envenenamento do piloto, Marcos Martins.
Este primeiro laudo, concluído em 2018, incluiu novas possibilidades para a causa do acidente: colisão com pássaros; desorientação espacial por parte dos pilotos; possibilidade de disparo de compensador de profundor ou pane/travamento de profundor em posições extremas.
Já o relatório do Cenipa listou uma sequência de falhas humanas para a queda da aeronave, como a falta de treinamento do piloto; uma tentativa de pouso equivocada; desorientação espacial e as condições climáticas do dia.
Memória
O ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo em 13 de agosto de 2014. Ele saiu do Rio de Janeiro em direção ao Guarujá para cumprir agenda de campanha. A aeronave caiu em Santos, litoral de São Paulo. Todas as setes pessoas que estavam presentes na aeronave morreram:
- Eduardo Campos
- Marcos Martins (piloto)
- Geraldo da Cunha (copiloto)
- Carlos Augusto Ramos Leal Filho (assessor de imprensa)
- Pedro Almeida Valadares Neto (assessor de imprensa)
- Marcelo de Oliveira Lyra (cinegrafista)
- Alexandre Severo Gomes e Silva (fotógrafo)
Campos tinha 49 anos na data do acidente e, segundo notícias do Estadão da época, tinha cerca de 10% das intenções de voto nas últimas pesquisas para a disputa presidencial.
Como lidar com postagens do tipo: Não é difícil de encontrar teorias de conspiração envolvendo a morte de pessoas públicas. É preciso ter cautela e procurar sempre informações de portais confiáveis e fontes oficiais. Desconfie das notícias “chocantes e reveladoras” divulgadas nas redes sociais que não estão sendo compartilhadas nos noticiários. Há a grande possibilidade delas serem falsas. Confira abaixo todas as checagens sobre o acidente que vitimou Eduardo Campos:
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