FBI não confirmou origem do novo coronavírus, ao contrário do que diz tuíte

Agência de inteligência vê teoria de vazamento acidental do vírus com ‘moderada confiança’, e não com certeza

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Atualização:

Conteúdo investigado: Tuíte diz que o FBI confirmou que o novo coronavírus saiu de um laboratório chinês.

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Onde foi publicado: Twitter.

Conclusão do Comprova: É enganoso o tuíte segundo o qual o FBI (Federal Bureau of Investigation; a polícia federal norte-americana) confirmou que o coronavírus, responsável pela covid-19, saiu de um laboratório chinês. O tuíte remete a uma publicação na internet que usa a mesma afirmação no título. Essa informação, porém, não consta no texto.

O conteúdo cita uma entrevista de 28 de fevereiro em que Christopher Wray, diretor do FBI, diz à Fox News que “provavelmente” um vazamento acidental em um laboratório em Wuhan teria iniciado a pandemia. Diferentemente do conteúdo apurado aqui, publicado pelo portal Terra Brasil Notícia, o diretor não crava a informação sobre a origem da covid-19.

A declaração de Wray foi feita após o jornal The Wall Street Journal divulgar dados de relatório entregue à Casa Branca em que o U.S. Energy Department, órgão do governo norte-americano responsável pela política de energia e segurança nuclear, diz que “a pandemia de covid provavelmente surgiu de um vazamento de laboratório”. Segundo o relatório, “o vírus covid-19 circulou pela primeira vez em Wuhan, na China, no mais tardar em novembro de 2019″.

Relatório da agência de inteligência não crava com certeza a origem do coronavírus. Foto: Reprodução

Na mesma reportagem, publicada em 26 de fevereiro, o Wall Street cita que o FBI vê a teoria de vazamento acidental com “confiança moderada” e que o relatório cita que outras quatro agências e um painel nacional de inteligência acreditam que a pandemia resultou provavelmente de uma transmissão natural. A Central Intelligence Agency (CIA) e um outro órgão não identificado estão indecisos sobre a origem, segundo o documento.

Um dia depois, o jornal publicou que a Casa Branca afirma não haver “consenso dentro do governo Biden sobre as origens do vírus”.

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Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 7 de março, o tuíte teve 390,9 mil visualizações, 16,3 mil curtidas e 3.490 compartilhamentos.

O que diz o responsável pela publicação: A reportagem contatou o site Terra Brasil Notícias, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

Como verificamos: Inicialmente, a equipe buscou a entrevista de Wray para a Fox News, citada no conteúdo. Também pesquisou reportagens internacionais sobre o posicionamento do FBI em relação à origem da covid. Por último, tentou, via mensagem privada no Instagram, contato com o site que publicou o tuíte e o texto verificados aqui.

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O que podemos aprender com esta verificação: Não se deixe levar somente pelo título. Muitas publicações titulam posts com informações bombásticas e alarmistas que não são confirmadas pelo texto. Quando isso acontece, desconfie. Busque pelos termos usados no título em sites de bsuca e outras publicações confiáveis. Verifique também se o texto contém links para as fontes originais antes de compartilhar.

Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Desde o início da pandemia o Comprova vem checando conteúdos que acusam a China de ter propagado o coronavírus. Entre as checagens estão a de frase de pesquisador americano de 2016 que não indica que chineses provocaram pandemia e a de que é enganoso que e-mail de Anthony Fauci mostrado no Fantástico prove origem do vírus em laboratório.

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