É falso que Felipe Neto tenha superfaturado valor de purificadores de água enviados para o RS

Influenciador fez vaquinha para adquirir equipamentos; ao ‘Verifica’, empresa responsável pela fabricação do filtro confirmou valor de R$ 22 mil

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Foto do author Gabriel Belic
Atualização:

O que estão compartilhando: que o influenciador Felipe Neto superfaturou valores de purificadores de água enviados ao Rio Grande do Sul. Ao levantar dinheiro para comprar os equipamentos, ele alegou que cada unidade custava R$ 22 mil, mas teria comprado na fábrica pelo preço de R$ 12 mil.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. O valor citado por Felipe foi confirmado pela PWTech, empresa que fabrica os purificadores, ao Estadão Verifica. Foram enviados dois tipos de filtros diferentes (um com capacidade maior e mais caro e outro, menor e mais barato) e o preço médio de cada equipamento ficou em R$ 18 mil. Essa cifra considera custos de paletização (processo de organização e armazenamento) e frete. O preço total de R$ 22 mil inclui valores de kits de manutenção e filtros de linha.

É falso que Felipe Neto tenha superfaturado com purificadores de água enviados para o RS Foto: Reprodução/X

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Saiba mais: na última quarta-feira, 8, o governo federal entregou 220 purificadores de água para o Rio Grande do Sul. Os equipamentos foram comprados pelo influenciador digital Felipe Neto, a partir de doações arrecadadas pela internet, e foram entregues pela Força Aérea Brasileira (FAB) em Canoas. A ação contou com o apoio da primeira-dama, Janja da Silva.

Postagens nas redes sociais alegam, sem provas, que Felipe Neto teria aumentado o valor dos equipamentos. Em vídeo, ele disse que cada purificador custa, em média, R$ 22 mil. Uma das publicações desinformativas afirma que o preço de fábrica do filtro é R$ 12 mil.

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Ao Estadão Verifica, a assessoria de imprensa da PWTech, empresa responsável pela fabricação dos purificadores de água, confirmou o valor dito pelo influenciador. A assessoria da PWTech explicou que o Rio Grande do Sul recebeu dois tipos diferentes de purificadores, sendo que alguns têm capacidade de filtragem de 5 mil litros/dia e outros de 10 mil litros/dia.

Segundo a empresa, cada equipamento custou, em média, R$ 18 mil. Nesse valor, está incluso o frete em regime de urgência de duas carretas de São Carlos (SP), local da fábrica da PWTech, para a base aérea de São Paulo. Esse preço inclui ainda os custos de paletização de 220 equipamentos, sendo 44 pallets (estruturas usadas na organização dos equipamentos) em regime de urgência.

O valor total de cada unidade saiu por R$ 22 mil, já que cada item foi acompanhado de um kit de manutenção (R$ 2.000) e um filtro de linha (R$ 2.000). “Cada purificador de água da PWTech (no valor de R$18 mil a unidade) enviado ao Rio Grande do Sul foi acompanhado de um kit de manutenção e um filtro de linha (totalizando R$ 22 mil), a fim de garantir maior durabilidade do equipamento”, informou a empresa.

A assessoria do influenciador comunicou à reportagem que a equipe jurídica de Neto irá tomar as medidas cabíveis. “A equipe jurídica de Felipe Neto já está ciente e irá tomar todas as medidas cabíveis acerca das acusações mentirosas e infundadas articuladas pela extrema direita neofascista a fim de difamar e prejudicar a imagem do comunicador”.

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As postagens que acusam Felipe Neto de superfaturar os produtos usam valores divulgados anteriormente pela imprensa. Em março, por exemplo, o Estadão publicou que o filtro custa cerca de R$ 15 mil. Essa cifra, como explicado pela empresa, não inclui as taxas de frete, de urgência e os kits de manutenção.

Em outubro de 2023, o governo brasileiro enviou 40 purificadores à Faixa de Gaza. Esses equipamentos tinham capacidade de filtrar 5 mil litros por dia.

Este boato também foi checado pelo Fato ou Fake, do g1.

Saiba mais: a tragédia ambiental no Rio Grande do Sul vem sendo alvo de desinformação nas redes sociais. Para evitar cair em desinformação, busque informações confiáveis em fontes seguras. Se receber algum conteúdo suspeito sobre a situação no Estado, envie para o WhatsApp do Estadão Verifica pelo número (11) 97683-7490.

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