Foi feita nos Estados Unidos, e não na Turquia, a foto de um cão de resgate que circula nas redes sociais. A imagem do animal sujo de lama viralizou com a legenda “Depois de um turno de trabalho nos escombros na Turquia, encontrou 10 pessoas e salvou as suas vidas”. Na verdade, a foto é de 2014. O cão trabalhou na busca de pessoas soterradas por deslizamentos de terras em Washington.
O Estadão Verifica fez uma busca reversa (veja aqui como fazer) para encontrar a origem da imagem. Ela foi publicada na reportagem “Conheça os cães de resgate dos deslizamentos de terra em Washington”, do Wall Street Journal, de março de 2014. A foto é de Rick Wilking, da agência Reuters, e pode ser conferida aqui.
Na ocasião, equipes de resgate tentavam encontrar pessoas soterradas em um deslizamento de terra em uma comunidade rural. O cãozinho que aparece sujo de lama na imagem que foi tirada de contexto é Tryon. Na foto ele aguarda sua vez de passar na área de descontaminação após buscar pelos sobreviventes.
Esse conteúdo também foi checado por UOL Confere.
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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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