Site foi clonado para divulgar notícia falsa sobre candidata a reeleição no Tocantins

Portal fraudulento afirma que a prefeita de Gurupi (TO), Josi Nunes, foi alvo de uma operação da Polícia Federal, mas isso não é verdade; endereço falsificado foi denunciado por página oficial

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Atualização:

Esse texto foi feito em parceria com o Projeto Comprova. Leia mais sobre a coalizão.

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Conteúdo investigado: Texto de um site que tem visual semelhante ao portal de notícias Gazeta do Cerrado afirma que a prefeita de Gurupi (TO), Josi Nunes (União), foi alvo de uma operação da Polícia Federal. O resultado da suposta ação teria sido a apreensão de R$ 2 milhões em espécie desviados de merenda escolar e cocaína em pasta.

Onde foi publicado: Site de internet.

Conclusão do Comprova: É falso que a prefeita de Gurupi (TO) e candidata à reeleição, Josi Nunes (União), tenha sido alvo de operação da Polícia Federal às vésperas das eleições, como informa um site que copia a aparência de uma página da Gazeta do Cerrado. Não há nenhuma ação da PF registrada no site oficial da corporação, onde todas as operações são divulgadas (veja mais abaixo). A direção do portal já denunciou o site falso para a Polícia Federal e o TSE e a prefeita repudiou a atitude.

Site de notícias foi clonado para divulgar notícia falsa de candidata a reeleição no Tocantins Foto: Reprodução/Website

O jornal Gazeta do Cerrado informou ao Comprova que fez a denuncia do site falso à Polícia Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por meio do Sistema de Alertas de Desinformação Eleitoral – SIADE, ferramenta cidadã que permite denunciar fatos inverídicos ou descontextualizados que podem prejudicar as eleições.

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“Lamentamos a tentativa de contaminar o processo eleitoral usando nossa marca. A Gazeta luta todos os dias contra a desinformação e só publicamos notícias checadas e apuradas. Buscaremos os autores da montagem e vamos pedir a responsabilização judicial”, disse Maju Cotrim, editora-chefe do veículo, em nota.

O site que imitou o jornal utilizou um endereço parecido com o verdadeiro, mas sem o “.br” no final. A página falsa também imitou o leiaute (visual do site) e copiou informações e notícias. O portal verdadeiro informou que tem marca registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e o link é o www.gazetadocerrado.com.br. A direção reforçou ainda que não procede a informação da suposta operação da Polícia Federal no município.

Captura de tela do clone (à esquerda) e do site verdadeiro (à direita) capturadas às 14h do dia 6 de outubro de 2024 Foto: Reprodução/Site/Projeto Comprova

Por meio de nota, Josi Nunes repudiou “a divulgação de uma fake news, sendo acusações infundadas que fazem parte de um ataque covarde e criminoso” contra a sua “candidatura e contra a liberdade de imprensa”. Josi acrescentou que “está adotando todas as medidas necessárias para identificar os responsáveis por esse crime eleitoral e garantir que eles respondam perante a justiça”.

O Comprova entrou em contato com a Polícia Federal para questionar se houve alguma operação no município de Gurupi. A assessoria respondeu que todas as ações são divulgadas no site e que “a PF não divulga nem confirma nomes de eventuais presos ou investigados”. Em uma pesquisa, a ação mais recente da PF que cita a cidade foi em agosto de 2024, mas o alvo foi uma secretaria do Governo do Estado.

Usamos a ferramenta Whois, que indica quem é o responsável pelo registro de páginas na internet, para tentar identificar a origem do site falso. Os dados indicam que o endereço do responsável pelo site fica em uma rua na cidade de Reykjavik, capital da Islândia. A data de criação do domínio “gazetadocerrado.com” foi em 05 de outubro.

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Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Fontes que consultamos: Sócios e editores do jornal Gazeta do Cerrado, Maju Cotrim e Marco Aurélio, Josi Nunes e a Polícia Federal.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

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