Declaração de Gleisi Hoffmann sobre estatísticas de desemprego é tirada de contexto

Vídeos citam termo utilizado pela presidente do PT para acusá-la de fomentar a desocupação

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Foto do author Gabriel Belic

Um vídeo antigo e fora de contexto da deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT, voltou a circular no TikTok e Kwai. A publicação afirma que em um evento no último sábado, Gleisi teria dito que a esquerda quer um “desemprego efetivo”. Na verdade, a gravação faz parte de uma live transmitida no dia 8 de julho de 2017, no lançamento da Frente Suprapartidária por Eleições Diretas Já, em Curitiba, durante a qual a parlamentar criticava estatísticas de desemprego mexicanas.

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No trecho, a deputada criticava a reforma trabalhista do governo Michel Temer (MDB), que foi aprovada no Senado alguns dias depois, no dia 11 de julho. Em sua declaração completa, é possível identificar que Gleisi comparava o projeto com mudanças no México.

“O México fez uma reforma trabalhista dessas. O México tem, hoje, dois por cento de desempregados. Quem olha para a estatística acha que está correto, só que o México ‘tá’ miserável, porque ao invés de dar emprego e melhorar as condições de vida das pessoas, precarizou os empregos bons que tinha. Nós não queremos desemprego estatístico, nós queremos desemprego efetivo e as pessoas ganhando um salário decente”, disse, aos 42 minutos e 55 segundos do vídeo.

Não é verdade que a presidente do PT tenha defendido o "desemprego efetivo". A fala de Gleisi está fora de contexto. Foto: Reprodução Foto: Reprodução

A publicação enganosa, portanto, retira a declaração de contexto para parecer que Gleisi defendeu o desemprego em massa. Na realidade, a ex-senadora acredita que as estatísticas mexicanas não demonstram a realidade do país, uma vez que, para ela, as reais condições de trabalho estavam precarizadas. Durante seu discurso, ela criticou a reforma trabalhista proposta por Temer por acreditar que o trabalho também seria precarizado no Brasil.

Procurada, a assessoria de Gleisi afirmou que “a distância entre a realidade e a indústria da mentira é tão grande que nem conseguem inventar falsidades novas; precisam reciclar as antigas. A democracia precisa se defender, permanentemente, contra essa indústria venenosa, seus financiadores e divulgadores”.

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O vídeo tornou-se viral em 2019 e foi analisado por agências de checagem, como Agência Lupa, AFP Checamos e Boatos.org.

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