Governo do RN não pagou R$ 11 milhões em 14 casas; valor é de todo o gasto com programa habitacional

Vídeo com críticas à governadora Fátima Bezerra confunde montante investido no projeto ‘Pró-Moradia’

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Foto do author Milka Moura

Não é verdade que o governo do Rio Grande do Norte tenha gasto R$ 11 milhões para construir 14 casas populares, por meio do programa Pró-Moradia. Na realidade, este é o valor investido em todo o programa. O custo das 14 casas entregues foi de R$ 800 mil; o valor de cada imóvel foi de aproximadamente R$ 57 mil.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, uma mulher comenta uma propaganda institucional do governo potiguar. Ela afirma que a governadora do estado, Fátima Bezerra (PT), teria gastado R$ 11 milhões na construção e entrega de 14 casas populares em Santo Antônio do Salto da Onça. “Dona governadora Fátima Bezerra do Rio Grande do Norte anunciou o programa de casas populares (...) 11 milhões de investimentos para a entrega de 14 casas. E aí Ministério Público? E aí Polícia Federal?”, diz a autora do vídeo.

Fátima Bezerra não “gastou” R$ 11 milhões para a construção de 14 casas populares Foto: Arte/Estadão

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Segundo a Companhia Estadual de Habitação e Desenvolvimento (Cehab), o objetivo do Pró-Moradia é construir 765 unidades habitacionais em 46 municípios. O programa é realizado em parceria com o governo federal e tem como público-alvo a população que vive “em situação de risco social”.

As famílias atendidas precisam ter uma renda mensal de até R$ 1.395. Dentro do benefício, existem duas modalidades: urbanização e regularização de assentamentos precários e produção e aquisição de conjuntos habitacionais.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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