O que estão compartilhando: que Paulo Seara, dono da empresa Seara, chamou bolsonaristas de “cornalhada” e “vagabundos” em vídeo.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O homem que aparece no vídeo não é um dos “donos dos produtos Seara”. Trata-se de um empresário de Santa Catarina que já confirmou não ter qualquer relação com a empresa de alimentos.
Saiba mais: No vídeo analisado, um homem chama apoiadores do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) de “cornalhada bolsonarista”. “Vocês perderam as eleições, aceitem. Vocês perderam. Perderam a crentalhada, os pastores bandidos, malandros, vagabundos “, diz.
Em outro vídeo em sequência, uma mulher pede para que a população faça um boicote aos produtos Seara, em forma de protesto. “Está vendo esse homem? Paulo Seara, dono dos produtos Seara. Pra ceia de Natal não leve nada dessa empresa pra sua casa, é boicote total aos produtos da Seara. Vamos ver se assim ele aprende a respeitar os patriotas”, afirma a mulher.
No entanto, o sobrenome do autor do vídeo é apenas uma coincidência. O Estadão Verifica identificou que Paulo Seara é um empresário do município de Itajaí, Santa Catarina. Ele não possui qualquer ligação com a empresa do grupo JBS.
O atual CEO da Seara é João Campos, e na lista de sócios da empresa não há nenhuma menção ao nome de Paulo. A Seara foi fundada em 1956 pelos irmãos Artêmio e Aurélio Paludo em um município em Santa Catarina que leva o mesmo nome da companhia. Em 2003, foi comprada pela JBS e passou a fazer parte do grupo.
O Estadão Verifica tentou contato com a JBS e Paulo Seara, mas não obteve resposta até a publicação desta checagem. O espaço está aberto.
Boato circula desde junho deste ano
Ao procurar por imagens de Paulo Seara no Google, a busca resultou em duas publicações do Blog do JC no Diarinho, um jornal da região de Itajaí e Balneário Camboriú. As fotos que ilustram as notas mostram o mesmo homem que aparece no vídeo viral (aqui e aqui).
O boato viralizou também em junho deste ano. Na época, Paulo afirmou à agência Lupa que fez o vídeo no dia 7 de janeiro. O material foi enviado para um grupo de WhatsApp, e o vídeo viralizou. Ele também confirmou à agência de checagem que não tem relações com a empresa de alimentos.
Esse conteúdo também foi checado por Lupa, Reuters e Boatos.Org.
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