O que estão compartilhando: que o primeiro-ministro da Bulgária, o conservador Boyko Borisov, sofreu uma tentativa de assassinato, e que ele renunciou ao governo após dez dias de intensos protestos contra os altos preços da eletricidade.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O vídeo mostra uma tentativa de atentado a tiros contra Ahmed Dogan, líder do Movimento pelos Direitos e Liberdades, partido que representa os interesses da minoria turca na Bulgária. A tentativa de atentado aconteceu durante um congresso do partido em Sofia, capital da Bulgária, em 19 de janeiro de 2013. A arma falhou e Dogan não sofreu ferimentos. O primeiro-ministro da Bulgária Boyko Borisov realmente renunciou do posto, em 20 de fevereiro de 2013, mas não sofreu tentativa de assassinato.
O responsável pela publicação no Instagram foi procurado, mas não respondeu até a publicação desta checagem.
Saiba mais: O vídeo que viralizou nas redes sociais mistura duas notícias verdadeiras, mas engana ao tratá-las como se fossem o mesmo episódio e se referissem à mesma pessoa e, ainda, por não informar que ocorreram há mais de dez anos.
Arma falhou contra Ahmed Dogan
Na época da tentativa de assassinato de Ahmed Dogan, agências e portais de notícias internacionais noticiaram que ele, que dirigia o partido há quase 25 anos, discursava durante um congresso do Movimento pelos Direitos e Liberdades quando um homem subiu ao palco e lhe apontou uma arma para a cabeça.
A arma era uma pistola de ar comprimido, que falhou. O próprio Dogan atingiu o braço do atirador com a mão e, imediatamente, pessoas que estavam no local derrubaram o homem com a arma e o atingiram com socos e pontapés. O político não ficou ferido.
O autor do atentado frustrado era, segundo a notícias da época, de origem turca, e também estava armado com duas facas. Algumas horas depois do episódio, Dogan voltou ao local e anunciou sua demissão da presidência do partido, afirmando que a decisão já estava tomada há semanas.
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Renúncia de Boyko Borisov
O pedido de renúncia do então primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Borisov, foi apresentado em 20 de fevereiro de 2013. O conservador havia enfrentado 10 dias de protestos intensos contra os altos preços da energia no país.
Nos dias que antecederam a renúncia, o primeiro-ministro tinha demitido o ministro das Finanças, prometido reduzir o preço da eletricidade em 8% e anunciado que multaria três distribuidoras de energia, além de retirar a licença de uma delas. Durante os protestos, manifestantes ficaram feridos em confronto com a polícia, que tentava impedir que chegassem à sede do Parlamento.
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