Ibama não impediu reconstrução de estradas destruídas por chuvas no RS

Empresa Gaúcha de Rodovias e prefeitos das cidades afetadas informaram que obra citada em postagem viral foi interrompida por conta de riscos de segurança, sem ligação com órgão de fiscalização ambiental

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Foto do author Giovana Frioli
Atualização:

O que estão compartilhando: postagem compartilha áudio alegando que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) impediu a reconstrução de uma estrada entre Vespasiano Corrêa e Muçum, no Rio Grande do Sul, usada para resgatar e levar alimentos às vítimas das chuvas.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso porque o Ibama e as prefeituras das cidades citadas negaram que a situação descrita no áudio tenha ocorrido. Por nota, o órgão de proteção ambiental afirmou que “não está atuando nas estradas, função a qual sequer é da competência do Ibama”. A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), responsável pelo trecho, informou que a construção de um desvio foi descartada, “pois apresentava riscos para a segurança dos usuários e a trafegabilidade na via”.

Ibama não impediu reconstrução de estradas destruídas por enchentes no RS Foto: Redes Sociais/Reprodução

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Saiba mais: em nota publicada na sexta-feira, 10, o Ibama disse que é falsa a informação de que o órgão estaria impedindo a passagem de veículos mobilizados para a reconstrução de estradas destruídas pelas enchentes. O esclarecimento veio após a divulgação de um áudio em que um homem alega que o órgão “mandou parar todo e qualquer alargamento da pista para que haja fluidez no trânsito e para salvar vítimas entre Vespasiano e Muçum”.

O autor do áudio diz que o “Ibama não quer que abra estrada pra poder ter acesso e salvar essas pessoas e levar alimento”. No entanto, a responsabilidade no conserto das vias não é de competência do órgão de fiscalização ambiental, que negou a atuação nos trechos citados ou a aplicação de multas.

A superintendente Diara Sartori, do Ibama no Rio Grande do Sul, usou as redes sociais para desmentir que veículos ou obras estejam sendo parados pelo órgão. Ela afirmou que a superintendência do órgão no RS, o centro de triagem de animais silvestres e as casas de vários funcionários foram atingidos pelas cheias. “Mesmo assim, o Ibama montou um comando de incidentes, e estamos fazendo ajuda humanitária”, disse.

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Ao Estadão Verifica, o prefeito de Vespasiano, Tiago Michelon, informou que a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) “trancou devido à insegurança da obra, não tem nada haver com o Ibama”. Por telefone, o prefeito de Muçum, Mateus Trojan, também disse que “houve intervenção na obra que estava sendo feita, mas por uma questão técnica” e ressaltou que o órgão de proteção ambiental não atuou neste processo.

Em nota, a administradora das estradas gaúcha disse que a construção de um desvio no local onde houve deslizamento e desabamento da pista foi descartada, “pois apresentava riscos para a segurança dos usuários e a trafegabilidade na via”. De acordo com a EGR, três quilômetros da estrada de terra que liga as cidades serão pavimentados para melhorar o segmento mais acidentado. A previsão é que a obra seja concluída em 15 dias, considerando as condições climáticas favoráveis.

Chuvas no fim de semana aumentaram número de desabrigados no RS

No boletim atualizado divulgado neste domingo, 12, a Defesa Civil informou que há 618 pessoas desabrigadas em todo o Estado. Já foram registradas 143 vítimas dos temporais, 125 desaparecidos e 806 feridos. Neste fim de semana, voltou a chover em Porto Alegre e outras partes do Rio Grande do Sul, como no Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas. A previsão para a próxima semana é de frio, inclusive com possibilidade de geada.

O Estadão preparou um guia para quem deseja realizar doações aos atingidos pelos temporais e cheias. Há uma lista de itens de maior necessidade e instituições confiáveis para envio de recursos.

Como lidar com posts do tipo: Neste momento de calamidade pública no Rio Grande do Sul, circula uma grande quantidade de desinformação sobre a situação. Antes de acreditar e compartilhar, procure por informações confiáveis de órgãos públicos e da imprensa profissional. Em uma busca no Google, com palavras-chaves encontramos as notas sobre o ocorrido. O Fato ou Fake também checou conteúdos semelhantes.

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