Circula pelas redes sociais um vídeo de uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que ocorreu nas imediações de uma unidade do hipermercado Extra, na cidade de São Paulo no último sábado, 2. Porém, diferentemente do que diz a mulher que grava as imagens, o protesto não foi organizado pelo PT, e sim por outras organizações políticas e movimentos sociais de esquerda, como o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), a Unidade Popular (UP) e a articulação Povo na Rua Fora Bolsonaro. O PT também nega que tenha participado do ato.
Além disso, não foram registradas ocorrências de violência durante o protesto, que transcorreu de forma pacífica, conforme informaram ao Estadão Verifica a rede de supermercados, a Polícia Militar de São Paulo e os organizadores das manifestações.
Leitores pediram a checagem desse vídeo por WhatsApp, no número 11 97683-7490.
No vídeo, é possível ver alguns manifestantes, a maioria vestidos de vermelho, circulando pelo estacionamento de uma unidade do hipermercado Extra. Após alguns segundos, policiais parecem ir ao encontro dos manifestantes a pé e com uma viatura. No início do vídeo, a mulher que grava as imagens fala que os manifestantes estariam "invadindo" o supermercado e que iriam "saquear" toda a loja, o que não ocorreu.
Além de São Paulo, atos semelhantes foram registrados em redes de supermercados de diversas capitais do País, como Belo Horizonte, João Pessoa, Porto Alegre, Recife e Natal. De acordo com os organizadores, além de protestar contra o atual governo federal, o objetivo das manifestações era chamar a atenção para o aumento da fome e da miséria no Brasil e, com isso, reivindicar a doação de cestas básicas para as famílias ligadas aos movimentos.
Ao final do ato, o MLB informou que conseguiu a doação de 7.500 cestas básicas para famílias ligadas ao movimento.
Quem eram os organizadores
Tanto o Movimento de Luta nos Bairros como a Unidade Popular são organizações políticas de esquerda que têm se mobilizado em atos contra o atual presidente Jair Bolsonaro. Em contato com o Estadão Verifica, ambas as entidades afirmaram que os atos do último sábado não contaram com a participação de militantes ou pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores. Por meio de nota, a assessoria do diretório estadual do PT de São Paulo também negou que tenha participado das manifestações.
Protesto ocorreu de forma pacífica
Em nota enviada ao Estadão Verifica, a assessoria do grupo Pão de Açúcar, dono da rede de supermercados Extra, confirmou que diversos atos do tipo foram organizados em lojas da rede em todo o País, mas que não houve registros de confrontos ou desentendimento com os manifestantes. "As unidades permaneceram fechadas durante as manifestações para garantir a segurança de todos. Em sua maioria, os atos ocorreram de forma pacífica, inclusive a manifestação registrada na unidade do Extra em São Paulo. As redes mantêm conversas com os organizadores", informaram.
A Polícia Militar de São Paulo, também por meio de nota, informou que acompanhou a manifestação, que saiu a pé da região da praça da Sé, no centro de São Paulo, em direção à Assembleia Legislativa (Alesp), e que não houve registro de ocorrências: "Após alguns minutos de caminhada, um grupo entrou em um hipermercado na avenida Brigadeiro Luís Antônio. Os policiais acompanharam o grupo no estacionamento do estabelecimento para garantir o direito de manifestação, a integridade física de todos envolvidos e evitar danos ao patrimônio. O policiamento se manteve no local. Não houve registros de ocorrências".
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