É montagem um vídeo que circula em redes sociais com a afirmação de que o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria ameaçado o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). As imagens foram editadas a partir de uma entrevista coletiva concedida por Lula no último domingo, 9, após ato de campanha realizado na capital mineira, Belo Horizonte. O conteúdo foi compartilhado por diversos usuários do Facebook, Twitter, Telegram e WhastApp.
Na peça desinformativa, Lula aparece dizendo "primeiro, quero deixar bem claro, o governador Zema terá um problema de remorso ao não me apoiar, para ele tomar cuidado com o que ele falar, agora ele é livre". Muitas pessoas compartilharam o conteúdo em tom de denúncia, com a alegação de que o ex-presidente teria feito uma ameaça.
A entrevista coletiva foi transmitida na íntegra pelo canal do jornal O Tempo no Youtube. Pela transmissão, é possível identificar que a montagem foi feita a partir de recortes de trechos disponíveis entre 23 minutos e 59 segundos e 26 minutos e 35 segundos.
Um jornalista contextualiza que Zema confirmou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), adversário de Lula em busca de reeleição, e que a estratégia da campanha bolsonarista é angariar votos que no primeiro turno foram casados em Zema e Lula. Em seguida, o repórter pergunta qual a estratégia da campanha petista para contra atacar este movimento.
À pergunta, Lula responde que Zema tem liberdade de apoiar quem quiser, que não irá se opor e nem pensava que a decisão do governador mineiro seria outra.
Em seguida, sugere que o povo compare os governos de Lula e Bolsonaro e declara: "se o governador souber 10% do que nós fizemos em Minas Gerais ele terá um problema de remorso ao não me apoiar". Prosseguindo, Lula cita ações dos governos petistas no estado e encerra afirmando que a lista destes feitos será levada ao governador "só pra ele saber, pra ele tomar cuidado quando ele falar, agora ele é livre".
A assessoria de comunicação do PT foi procurada, mas não se manifestou até o momento.
O mesmo conteúdo aqui verificado foi desmentido por outras iniciativas de checagem, entre elas Boatos.Org, Reuters e AFP Checamos.
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