O que estão espalhando: que mercadorias que seriam doadas ao Rio Grande do Sul foram apreendidas na estrada porque não tinham nota fiscal.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: está fora de contexto. As imagens que viralizaram na quinta-feira, 9, em perfis no Instagram e no TikTok mostram uma carga de mercadorias sem nota fiscal apreendidas no dia 18 de abril, antes do início das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. Não há qualquer relação com doações para as vítimas das chuvas no Sul do Brasil.
Saiba mais: O conteúdo foi postado originalmente por uma página no Instagram dedicada à divulgação de lojas do Brás, região de comércio popular no Centro de São Paulo. De acordo com a responsável pelo perfil, Juliana Faillace, as imagens foram enviadas para ela por uma seguidora, que teve a mercadoria apreendida no mesmo dia em que as imagens foram publicadas, há quase um mês.
Ela não soube especificar onde o vídeo foi feito, mas acredita que a operação tenha ocorrido na cidade de Goiânia (GO).
Além disso, o Estadão Verifica já mostrou que caminhões com doações para as vítimas das chuvas não estão sujeitos a impostos e nota fiscal. O governo gaúcho e a Polícia Rodoviária Federal também afirmaram que não há retenção de veículos na Receita Federal.
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Apesar de o vídeo sobre a apreensão da mercadoria sem nota fiscal ter sido publicado no dia 18 de abril, seguidores comentaram na postagem como se as imagens mostrassem doações sendo apreendidas por falta de nota.
Um dos comentários diz: “Tudo um absurdo. Que gente ruim esse pessoal da esquerda. Doação tem que ter nota????”. Outro afirma: “Meu Deus são doações!!! Governo sem alma”. Um terceiro afirma: “Governo por favor libera estas doações nós te pedimos nossos irmãos gaúchos estão necessitando (sic)”.
Além dos comentários, o mesmo vídeo foi parar em outras redes, como o Tik Tok, publicado na última quarta-feira, 8, fora de contexto. A autora do material reforçou não se tratar de doações. “Isso foi um assunto do Brás. Aí, estão pegando o meu vídeo e republicando por aí falando que é do Sul. Não é do Sul”, disse.
Leitores do Estadão Verifica podem pedir a checagem de conteúdos como este pelo WhatsApp, no número (11) 97683-7490.
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