Em 31 de março de 1964, um golpe militar instaurou no Brasil um regime ditatorial que duraria 21 anos e deixaria, para citar apenas os dados reconhecidos oficialmente pelo Estado brasileiro, 434 mortos por discordância política. Hoje, 55 anos depois, mensagens no WhatsApp e publicações nas redes sociais tentam reescrever essas páginas da história se utilizando de informações falsas e enganosas. Reunimos nesta publicação os boatos mais comumente difundidos sobre a ditadura militar e figuras públicas que dela foram vítimas.
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Entre as violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura estão torturas, prisões arbitrárias, perseguição e cassação de direitos políticos de representantes de esquerda e direita, censura da imprensa e das artes. Segundo levantamento da Human Rights Watch (HRW), 20 mil pessoas foram torturadas. No domingo, 24, o presidente Jair Bolsonaro causou diversas reações contrárias ao sugerir a "comemoração" do golpe militar em quartéis. Nesta sexta, 29, uma juíza proibiu celebrações da data, mas, a pedido da Advocacia Geral da União (AGU), uma desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) derrubou a liminar.
Dilma não participou do assassinato do soldado Mario Kozel Filho
A ex-presidente Dilma Rousseff não participou de um atentado que levou à morte do soldado Mario Kozel Filho, em 26 de junho de 1968. Nessa data, o grupo Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) atacou o quartel-general do 2.º Exército, em São Paulo. Nos meses seguintes, dez dos acusados pelo atentado foram presos e dois foram mortos pelos militares.
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Dilma, no entanto, não fazia parte da VPR nessa época. Segundo a biografia da petista no CPDOC da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a ex-presidente era integrante do grupo guerrilheiro Comando de Libertação Nacional (Colina). Essa organização apenas se uniria à VPR em 1969, um ano após o atentado contra Kozel Filho, para formar a Vanguarda Armada Revolucionária (VAR) - Palmares.
Não há evidências da participação de Dilma em ações armadas. A ex-presidente foi presa em 1970 em uma onda de repressão a grupos de esquerda. Na prisão, ela foi torturada e posteriormente teve sequelas. Dilma seria solta no final de 1972, quando tinha 25 anos.
A jornalista Miriam Leitão, torturada quando estava grávida, com 19 anos, em 1972, é alvo de um boato que circula nas redes sociais desde a eleição de 2018. A mensagem a acusava de ter assaltado o banco Banespa da Rua Iguatemi, em São Paulo, em 1968. No entanto, Miriam tinha apenas 15 anos quando o crime teria ocorrido e morava em Caratinga, no interior de Minas Gerais, sua cidade natal.
A prisão de Miriam e as torturas se deram em 1972, quando a jovem estava em Vitória, no Espírito Santo, e era militante do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB. Em um depoimento de 2014, ela conta que foi presa quando foi à praia. A jornalista conta que foi espancada, ameaçada de estupro e deixada sozinha, nua, em uma sala com uma jibóia.
O texto inverídico afirma que os ex-presidentes e os artistas integram uma lista de "20 mil anistiados" que recebem o benefício com isenção do Imposto de Renda. O que é tratado como "bolsa ditadura" é, na verdade, uma "reparação econômica" concedida a vítimas de perseguição política entre 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988, período mais amplo que a ditadura militar (1964-1985). O benefício está previsto na Lei 10.559/02.
Lula, Dilma, FHC e os artistas não recebem o benefício, conforme lista de beneficiados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
O ex-presidente petista, no entanto, teve direito à aposentadoria como anistiado, concedida em 1993 pelo Ministério do Trabalho. A decisão é baseada na cassação dos direitos sindicais de Lula e sua destituição do cargo de presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP). Nos autos da Lava Jato, a defesa do ex-presidente informou à Justiça que a aposentadoria rendeu R$ 8,9 mil ao mês, quantia inferior ao informado no boato (R$ 30 mil).
Publicamos esta checagem durante as eleições com o projeto Comprova. O site Fato ou Fake também fez essa verificação.
Ministro Luiz Fux não decretou fim da "bolsa ditadura"
O termo pejorativo "bolsa ditadura" também apareceu em um boato relacionado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux. Uma mensagem que circulou no WhatsApp informava que o magistrado teria decretado o fim da reparação econômica a perseguidos políticos da ditadura, mas isso não ocorreu. Não há registro de uma decisão do tipo na imprensa ou nos registros da Corte.
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O Supremo teve entendimentos contrários ao do boato nos últimos anos. Em 2016, o tribunal decidiu que o pagamento de valores retroativos a anistiados deveria ser feito imediatamente. Decisões subsequentes reforçaram essa posição.
O site Boatos.Org também verificou essa desinformação.
50 anos de AI-5 em 50 fotos
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50 anos do AI-5
Tropa da Polícia Militar da Guanabara desembarca para reprimir manifestações estudantis, no Rio de Janeiro, no primeiro semestre de 1968. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Manifestações contrárias ao regime militar eram constantes e se intensificaram depois que o estudante Edson Luís Lima Souto, de 17 anos, foi morto pel... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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A capital paulista também foi palco de diversos protestos estudantis. Na foto, policiais militares agridem manifestante nas ruas de São Paulo. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Agentes "infiltrados" (de terno), auxiliam a Polícia Militar para conter manifestação estudantil, nas ruas do centro do São Paulo. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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No centro do Rio, a cavalaria e a tropa de choque avançam em direção dos manifestantes, emdia 5 de abril de 1968. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Cerca 50 mil pessoas foram às ruas do Rio de Janeiro, após o velório do estudante Edson Luís na Assembleia Legislativa, no dia 29 de março de 1968. O ... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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Tanques M-41 do Exército nas ruas do Rio: regime endureceu com a oposição. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Velório do estudante Edson Luís Lima Souto, morto em confronto com a polícia no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Ao fim da celebração da missa em intenção do estudante Edson Luís, morto em confronto com a polícia, os padres (de branco) tomam a frente e dão os bra... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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Manifestante durante o episódio conhecido como "Sexta-feira Sangrenta", que deixou quatro mortos, entre eles um policial, além de 58 pessoas feridas, ... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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Helicópteros do Para-SAR, da Aeronáutica, sobrevoam o Rio durante a “Sexta-feira Sangrenta”, em 21 de junho. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Estudantes ganharam apoio da população do Rio e de sindicatos: 'Nossos alunos têm razão', diz uma das faixas. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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"Passeata dos 100 mil" no Rio de Janeiro, na Guanabara. A manifestação conseguiu apoio de intelectuais, artistas, padres, professores, mães, garantind... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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Tropas da Polícia Militar combatem passeata de estudantes nas ruas do centro da capital paulista, meses antes da aprovação do AI-5. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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O regimento de cavalaria da PM e policiais à paisana fazem prisão no centro de São Paulo. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Manifestantes protestam na capital paulistana contra o regime militar iniciado em 1964. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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O vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), José Arantes, discursa nas escadarias da galeria do Chá. Arantes foi morto por militares no ... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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O presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), José Dirceu, fala a manifestantes durante passeata em São Paulo. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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O presidente da UNE, Luiz Travassos fala aos estudantes durantes manifestações contra o regime militar. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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O episódio conhecido como "Batalha da Maria Antonia estourou em 2 de outubro. A Rua Maria Antônia separava os muros da Universidade de Mackenzie, tida... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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Durante a "Batalha da Maria Antônia", um tiro disparado do telhado do Mackenzie atingiu a cabeça do estudante José Guimarães. O secundarista chegou a ... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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O presidente da UEE, José Dirceu, discursa na Rua Maria Antônia, segurando a camisa ensanguentada do estudante José Guimarães, morto durante confronto... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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Velório do estudante secundarista José Guimarães, morto com um tiro na cabeça durante confronto com a polícia em episódio que ficou conhecido como "Ba... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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Estudantes contemplam os destroços na rua durante "Batalha da Maria Antônia". Era comum que o endereço fosse palco de eventos como passeatas e manifes... Foto: Acervo/Estadão ConteúdoMais
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Policiais vigiam a segurança da Rua Maria Antônia, de frente a universidade Mackenzie durante o episódio conhecido como a"Batalha da Maria Antônia". Foto: Acervo/Estadão Conteúdo
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Estudantes picham placa da Universidade de Brasília com a frase: "Território Livre... Ditadura Mata Estudante", no dia 1.º de abril de 1968. Foto: Acervo/Estadão Conteúdo
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Alunos da USP montam barricada durante episódio da invasão da polícia ao Conjunto Residencial da Cidade Universitária (Crusp). Foto: Acervo/Estadão Conteúdo
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Pichação feita por integrantes do Comando de Caça aos Comunistas na fachada daFaculdade de Filosofia daUSP, em São Paulo. Foto: Acervo/Estadão Conteúdo
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Policiais do Dops e da Tropa de Choque apreendem documentos e fotos no 20º Congresso da União Nacional dos Estudantes 9UNE, em Ibiúna, São Paulo. Foto: Acervo/Estadão Conteúdo
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Carros da tropa de choque da Polícia de São Paulo cercam os alojamentos do Conjunto Residencial da USP (Crusp), na Cidade Universitária, em 1968. Foto: Acervo/Estadão Conteúdo
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Ao todo, 720 estudantes foram detidos no 20º Congresso da UNE; muitos deles aderiram à luta armada contra a ditadura. Foto: Acervo/Estadão Conteúdo
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Delegados ao 20º Congresso da UNE são colocados em caminhões da Força Pública para serem conduzidos até São Paulo. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Mães de estudantes presos no Congresso da UNE em Ibiúna fazem manifestação pedindo a libertação de seus filhos. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Carro da PM da Guanabara tombado por manifestantes durante a "Sexta-feira Sangrenta" no Rio. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Sede do quartel do 2º Exército após a explosão de carro-bomba lançado pela Vanguarda Popular Revolucionária,que matou o soldado Mário Kozel Filho. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Enterro do capitão Charles Chandler, em São Paulo, morto por homens da ALN e VPR em 1968. O general Dale Coutinho, futuro ministro do Exército, foi ao... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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O capitão Carlos Lamarca dá instrução de tiro para bancária pouco antes de abandonar o Exército e aderir à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Foto: Oswaldo Palermo/Agência Estado
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O deputado federal Márcio Moreira Alves (MDB) discursa: a rejeição pela Câmara dos Deputados do pedido do governo para processar o parlamentar levou à... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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Censor tralhando dentro da redação do 'Estado': jornal foi posto sob vigilância pelo regime. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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A edição de 12 de dezembro de 1968 do 'Estado' apreendida apela Polícia Federal em razão do editorial 'Instituições em Frangalhos'. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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O ministro da Justiça Luís Antonio Gama e Silva e o locutor Alberto Curi, da Agência Nacional, durante a leitura do AI-5. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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O líder da Ação Libertadora Nacional, Carlos Marighella, foi morto em 1969 na Alameda Casa Branca, nos Jardins, em um cerco feito pelo Dops-SP. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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O ex-sargento Darcy Rodrigues, de bigode, ao lado de José Davecchia, presos no campo de treinamento da guerrilha da VPR, no Vale da Ribeira. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Soldados do Exército durante o cerco na região de registro ao centro de treinamento da VPR, liderada pelo ex-capitão Carlos Lamarca, em 1970. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Exercício de luta antiguerrilha feita pelo Exército, em Valinhos, no interior de São Paulo, em 26 de novembro de 1969. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Reunião do Alto Comando do Exército presidida pelo ministro da Força, general Orlando Geisel (na cabeceira), no Rio, em 1970. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Movimentação na Rua Conde de Baependi, nas Laranjeiras, no Rio, onde aconteceu em 6 de dezembro de 1970 o sequestro do embaixador suíço, Giovanni Enri... Foto: Arquivo/Estadão ConteúdoMais
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Acusado de financiar a repressão, o empresário Henning Albert Boilesen foi morto em 15 de abril de 1971 por um comando da ALN e do MRT. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
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Fotos de autópsias de militantes políticos mortos em ações dos órgãos de segurança encontradas no arquivo do Dops-SP. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
Amelinha Teles não cometeu homicídio durante a ditadura
Maria Amélia de Almeida Teles, a Amelinha Teles, é alvo de informações falsas desde as eleições presidenciais do ano passado. Após aparecer no programa da campanha de Fernando Haddad (PT), no qual descreveu o período em que foi presa e torturada pelo regime militar, Amelinha foi acusada de cometer homicídio durante a ditadura em uma montagem que circulou pelas redes sociais.
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A informação, no entanto, é falsa. Amelinha Teles foi presa junto com outros militantes do PC do B sob acusação de "agrupamento prejudicial à segurança nacional" devido a divulgação de "propaganda escrita" do partido, como jornais e panfletos considerados "subversivos". O processo data de março de 1973 e ela foi condenada a 7 meses de reclusão.
Em nenhum momento do processo há menção ao crime de homicídio nem a suposta participação de Amelinha no ato. Ela nunca foi acusada pelo crime, tampouco julgada por ele. A acusação apenas informa que ela e o marido, Cezar Augusto Teles eram responsável pelo setor de imprensa do PC do B.
Lewandowski não participou de grupo de guerrilheiros
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É falso o boato sobre a participação do ministro do STF Ricardo Lewandowski no Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) durante a ditadura. A montagem utiliza foto de militantes do grupo libertados pelo governo após o sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969.
O boato circula desde 2016 e foi checado pelo Estadão Verifica durante as eleições presidenciais do ano passado. Na montagem que circula nas redes sociais, o homem falsamente identificado como Ricardo Lewandowski é, na verdade, o músico Ricardo Villas Boas.
A data descrita na montagem como dia da libertação, 23 de maio de 1965, também é incorreta. Os presos foram soltos em 06 de setembro de 1969. Além disto, tanto o sequestro de Elbrick e a soltura dos militantes ocorreu no Rio de Janeiro. Na mesma época, Lewandowski era estudante em São Paulo, onde cursou Ciências Sociais e Políticas na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). Ele se formou em 1971.
O site Aos Fatos e o G1 também checaram este boato.