Não, Winston Churchill não disse frase sobre antifascistas

Frase erroneamente atribuída a ex-primeiro ministro britânico foi compartilhada por filhos do presidente, Eduardo e Flávio Bolsonaro

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Atualização:

Após a manifestação na Avenida Paulista contra o governo Jair Bolsonaro neste domingo, 31, passaram a circular nas redes sociais posts que atribuem ao ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill uma frase sobre o movimento antifascista. Não há nenhum registro que Churchill tenha dito a frase "os fascistas do futuro se chamarão a si mesmos (sic) de antifascistas". Dois filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) divulgaram a citação incorreta.

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Churchill é conhecido por ter liderado o Reino Unido durante o período da Segunda Guerra Mundial, quando combateu o nazismo e o fascismo. Ele foi primeiro-ministro em duas ocasiões: de 1940 a 1945 e de 1951 a 1955. A figura de Churchill se tornou tão emblemática que aforismos de autoria desconhecida são frequentemente atribuídos ao estadista, em uma prática chamada de "Churchillian drift".

Ex-primeiro ministro britânico, Winston Churchill. Foto: E. WING/INTERNATIONAL NEWS PHOTOS

A International Churchill Society explicou, em artigo de 2018, que não há documentação de que o ex-primeiro ministro tenha escrito ou dito essa citação sobre antifascismo. A instituição apontou que Churchill era crítico aos dois extremos do espectro político, e chegou a comparar o fascismo e o comunismo aos Pólos Norte e Sul -- opostos que, para ele, não eram muito diferentes entre si.

Em 2018, o governador do Estado americano do Texas, Greg Abbott, compartilhou a frase sobre antifascismo atribuída a Churchill. Depois de ter sido corrigido por várias publicações na imprensa, o republicano deletou o tuíte em que divulgou a citação errada.

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Na época, checagens publicadas pelo The Washington Post e pelos sites Snopes.com e Politifact também esclareceram a atribuição errônea a Churchill.

Neste domingo, 31, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que incluiria o movimento de esquerda Antifa (de "antifascista") na lista de organizações terroristas. Os protestos antirracistas nos EUA chegaram ao sexto dia, com registros de conflitos em frente à Casa Branca.

Na Avenida Paulista, torcedores de clubes rivais, como Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, se reuniram em um protesto com gritos de "Democracia". Os organizadores afirmaram que o protesto era antifascista e pró-democracia. A Polícia Militar avançou sobre os manifestantes com bombas de efeito moral.

 

 

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