Um erro do jornal O Globo causou confusão nas redes sociais nesta quinta-feira, 27, após a publicação de um teste no site do veículo. Em um vídeo postado no Instagram, uma pessoa filma a tela de um celular onde a página do jornal está aberta no que seria o resultado da apuração das eleições no segundo turno.
O candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece como eleito com 51,2% dos votos (68.485,047) e Jair Bolsonaro (PL) registra 48,8% (65.283.134). O autor do vídeo mostra que "resultados" dos Estados também estão disponíveis. Na legenda do post há a pergunta: "não estou entendendo nada, a Globo já tem o resultado das eleições de domingo?"
Na tarde de quinta, O Globo reconheceu ter cometido um erro na exibição de ambiente de apuração do segundo turno, esclarecendo que os dados apresentados são hipotéticos e foram gerados, segundo o veículo, para testar o sistema. "Os dados apresentados não são reais, obviamente, uma vez que as eleições só ocorrem no próximo domingo, mas, sim, fruto de um teste", afirma o veículo.
O jornal diz fazer testes dessa natureza em todas as eleições e que não houve captação de qualquer informação da base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "O sistema do O Globo não interfere na contagem de votos do TSE e, portanto, em seus resultados", reitera.
Respondendo a comentários nas redes sociais alegando que haveria uma tendência de favorecer o petista nas posições dos resultados, o jornal declarou que o teste de exibição também mostrava correligionários de Bolsonaro à frente, como Onyx Lorenzoni (PL), que apareceu à frente de Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul, e Marcos Rogério (PL), à frente de Marcos Rocha (União) em Rondônia.
A publicação repercutindo o erro como se de fato fosse uma prévia do que irá ocorrer no próximo domingo, 30, teve mais de 5 mil interações no Instagram, com muitos comentários questionando o resultado das eleições.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.