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Obras na Via Dutra começaram antes da convocação de Bolsonaro para ato na Avenida Paulista

Postagens alegam que manutenção na rodovia foi feita para bloquear caminho dos carros e impedir a chegada de manifestantes para manifestação em São Paulo

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Atualização:

O que estão compartilhando: Vídeos virais afirmam que a pista da Serra das Araras, na Via Dutra, foi bloqueada para “barrar a chegada de pessoas” na manifestação bolsonarista em São Paulo. Uma das publicações de 24 de fevereiro alega que “a obra não existe” e foi uma desculpa para “controlar quem sobe para SP”. Outra gravação diz que a empresa responsável pela rodovia estaria “fechada com a esquerda” e realizou o serviço “apenas para que as pessoas não consigam chegar para o protesto”.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. A manutenção da pista na Serra das Araras, na Via Dutra, havia sido anunciada pela concessionária e por veículos de imprensa ainda na sexta-feira, 23. Ou seja, antes do ato bolsonarista que ocorreu na Avenida Paulista no domingo, 25. Os serviços de recuperação do pavimento acontecem desde a primeira semana de fevereiro aos finais de semana, quando há menor fluxo de veículos, segundo informações da Concessionária do Sistema Rodoviário Rio-São Paulo S.A (CCR RioSP). Por nota, a Polícia Rodoviária Federal afirmou que não houveram barreiras para impedir a chegada de veículos a São Paulo.

Obra na Via Dutra foi anunciada antes da convocação de Bolsonaro para ato na Avenida Paulista Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: Publicações feitas neste fim de semana divulgam a alegação de que houve paralisação na Via Dutra para impedir a chegada de manifestantes no ato bolsonarista que ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo. No entanto, o trânsito causou lentidão na rodovia por conta de obras que acontecem no trecho da Serra das Araras desde o início de fevereiro, segundo a concessionária CCR RioSP, que administra a Dutra.

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Em vídeo publicado no sábado, dia 24, o advogado e ativista Leopoldo Canal diz que estaria enfrentando um engarrafamento na Serra das Araras, sentido São Paulo, para chegar à manifestação de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele alega que “uma obra que não existe” estaria acontecendo na rodovia a fim de “atrasar” a chegada de apoiadores e “controlar” quem está indo para a capital paulista.

O jornalista Thiago Asmar, conhecido como Pilhado, também fez uma gravação no fim de semana denunciando o trânsito na Via Dutra. Segundo ele, “conservadores denunciaram que a empresa que toca a estrada está fechada com a esquerda e fazendo obra para que as pessoas não consigam chegar em São Paulo”. No vídeo, Asmar ainda diz que “sempre faz o trajeto e isso nunca aconteceu”.

Canal e Asmar gravaram vídeos na manifestação, o que mostra que eles não foram impedidos de chegar à capital paulista.

Os vídeos checados desconsideram que a manutenção no trecho da Serra das Araras acontece aos fins de semana desde os dias 3 e 4 de fevereiro (clique aqui para ler). Já a convocatória de Jair Bolsonaro aos seus apoiadores ocorreu no dia 12 do mês (clique aqui para saber mais).

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Para a obra, a pista de descida, sentido Rio de Janeiro, é interditada e o tráfego desviado para a via de subida da Serra das Araras, em direção a São Paulo, que passa a operar em mão dupla. Os serviços do final de semana, 24 e 25 de fevereiro, também foram anunciadas no site CCR RioSP ainda na sexta-feira. A informação foi noticiada no dia 23 por veículos da imprensa, como o G1.

Em nota, a Polícia Rodoviária Federal de São Paulo informou que “não houve nenhuma operação ou ação para barrar manifestantes” que iam em direção ao ato. O Estadão Verifica tentou contato pelo responsável pelos conteúdos checados, mas não obteve resposta até a publicação da checagem.

Obras na Serra das Araras haviam sido anunciadas antes da manifestações

A Concessionária do Sistema Rodoviário Rio-São Paulo S.A explicou à reportagem que a manutenção do pavimento realizado na Via Dutra, na pista de descida da Serra das Araras, acontece entre os km 233 e 225 desde o início do mês aos fins de semana, “período em que o fluxo de veículos na rodovia é menor”. Os trabalhos foram interrompidos por conta do período de Carnaval e retomados nos dias 24 e 25 deste mês.

O site da concessionária responsável pela administração da Via Dutra anunciou o desvio do tráfego nos dias 24 e 25 de fevereiro. Foto: CCR RioSP/Divulgação

Segundo a CCR RioSP, “em nenhum momento houve interdição total das pistas”. No comunicado do dia 23 de fevereiro, a empresa frisou que “em função dos serviços, o trânsito pode ficar lento no trecho”. A PRF também informou que o monitoramento policial ocorreu na via para “promover a segurança viária e garantir a mobilidade” e “não houve ação para barrar manifestantes”.

O site da CCR RioSP informa que nesta segunda-feira os serviços estão encerrados e o trânsito flui nos dois sentidos da Dutra. A previsão é que as obras no trecho sejam encerradas no próximo fim de semana, em 3 de março.

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