Postagem com convite a ato bolsonarista não foi publicada por Elon Musk, e sim por conta paródia

Usuário que aparece na imagem não é o perfil oficial do bilionário no X; empresário não publicou ‘minha parte está feita, faça sua parte’

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Foto do author Gabriel Belic

O que estão compartilhando: que o bilionário Elon Musk, dono do X e da Tesla, publicou uma imagem de um ato de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com a legenda “My part is done. Now do your part” (”Minha parte está feita. Agora faça a sua parte”).

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A conta que fez a postagem não pertence a Elon Musk. O usuário do empresário no X é apenas seu nome (@elonmusk). Já o perfil que aparece em publicações virais tem uma letra “o” antes do nome e um “br” ao final (@oelonmuskbr). A reportagem buscou a postagem atribuída a Musk em seu perfil no X, mas não obteve nenhum resultado.

Post com imagem de ato bolsonarista não foi publicado por Elon Musk, e sim por conta paródia Foto: Reprodução/Facebook

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Saiba mais: postagens nas redes sociais compartilham o que seria uma postagem de Elon Musk, publicada no X, em apoio a bolsonaristas. No entanto, é possível ver que a conta responsável pela publicação não é o perfil oficial do empresário. Apesar disso, usuários parecem ter acreditado que foi mesmo o bilionário quem publicou o convite à manifestação bolsonarista. “ELON MUSK TEM AGORA DEVER DE TRAZER OS FATOS E DESTRUIR AS NARRATIVAS DA ESQUEDA MALTIDA NO BRASIL!! (sic)”, diz um dos comentários.

A postagem no X é de uma conta que utiliza o nome de Musk, mas não é o perfil oficial do empresário. O post tem uma fotografia da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na comemoração do bicentenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 2022. “My part is done. Now do your part” (“Minha parte está feita. Agora faça a sua parte”), diz a legenda.

O usuário que aparece na imagem é @oelonmuskbr. Já o perfil oficial do empresário é apenas seu nome, @elonmusk. O Estadão Verifica procurou a postagem na conta de Musk, mas não obteve resultado. Após a viralização do conteúdo, o perfil falso mudou o nome da conta e sinalizou que trata-se de um perfil paródia.

Elon Musk comentou ato de Bolsonaro no Rio

Neste domingo, 21, após a manifestação de apoiadores de Bolsonaro em Copacabana, no Rio de Janeiro, Musk comentou o ato e voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na manifestação, o ex-presidente pediu aplausos para Musk.

No X, o empresário escreveu que “ele (Alexandre) é inimigo do povo e, portanto, da democracia”. Em outra postagem, em resposta a um usuário, ele disse desejar “o melhor para o povo do Brasil”.

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Como lidar com postagens do tipo: é comum que contas falsas utilizem nome de personalidades para atribuir declarações a elas. Neste caso, confira se o usuário condiz com o perfil oficial da figura pública mencionada. Às vezes, contas paródias também costumam sinalizar que não se trata de um perfil oficial na descrição da página.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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