O que estão compartilhando: que preso recebido com café e casaco durante audiência de custódia tentou atirar contra turistas na Praia de Cumbuco, no Ceará.
O Estadão checou e concluiu que: é falso. Luan Gomes, que ficou conhecido por ter recebido um café e um casaco a pedido de uma juíza durante audiência de custódia em Roraima, não participou da tentativa de assalto no dia 9 de janeiro na Praia de Cumbuco, no município de Caucaia (CE). Os homens acusados de ameaçar turistas foram identificados pela Polícia Militar como Antônio Carlos da Silva Santos e Jamerson Alves Barros. Eles foram presos e o caso está “elucidado”, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS).
Os leitores do Estadão Verifica enviaram a sugestão de checagem por meio do WhatsApp (11) 97683-7490.
Saiba mais: Após a repercussão de um vídeo em que um homem chamado Luan Gomes tem suas algemas retiradas e recebe café e casaco para aplacar o frio durante audiência de custódia no Estado de Roraima, perfis nas redes sociais passaram a questionar o tratamento humanizado com o homem. Em publicações que circulam na internet, é alegado que Luan participou de assalto contra turistas em praia do Ceará no dia 9 de janeiro, mas isso é falso.
Por nota, a Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS) informou que os homens acusados da tentativa de roubo em Cumbuca, praia da cidade de Caucaia, são Antônio Carlos da Silva Santos, de 25 anos, conhecido como “Kekel” e Francisco Jamerson Alves Barros, de 23 anos, apelidado de “Chambinho”.
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Os ladrões identificados pela polícia tentaram roubar turistas que passeavam de buggy pelas dunas. Eles estavam armados e ameaçaram os ocupantes do veículo, porém o motorista acelerou e conseguiu fugir antes que a dupla reagisse. Os turistas filmaram a ação e denunciaram o caso à Polícia Militar, que encontrou e prendeu os homens no dia 11 e 12 deste mês.
O caso, por sua vez, não tem ligação com o vídeo viral da audiência de custódia em Roraima. Como publicou o Estadão, Luan Gomes recebeu café e casaco por determinação da juíza Lana Leitão Martins, do Tribunal de Justiça de Roraima, após ela identificar que o homem estava com frio. Na internet, parlamentares como Nikolas Ferreira (PL-MG) questionaram o tratamento da magistrada com o preso.
Procurado pelo Estadão, o Tribunal de Roraima informou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabelece que as audiências de custódia devem ser conduzidas de “forma sigilosa e em condições adequadas para o custodiado”. Também faz parte do protocolo do CNJ que presos só sejam ouvidos algemados se forem violentos ou se houver risco de fuga.
Como lidar com postagens do tipo: A postagem verificada usa dois casos reais para impulsionar desinformação. Em uma pesquisa rápida no Google, conseguiríamos encontrar as informações sobre o assalto na Praia de Cumbuca, Ceará, e a audiência de custódia em Roraima. Por meio de reportagens da imprensa profissional, é possível identificar que os presos não são os mesmos e que o post que circula nas redes é falso.
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