Não há registro de que Simone Tebet tenha expressado arrependimento por apoio a Lula

Conteúdo foi inventado para sugerir descontentamento da ministra do Planejamento e Orçamento; ela concorreu à presidência, em 2022, e apoiou o petista no segundo turno

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Foto do author Clarissa Pacheco

O que estão compartilhando: que a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, chorou e desabafou com amigos afirmando que “nunca foi tão humilhada” e que “teria apoiado Bolsonaro se soubesse que seria assim”.

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O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A alegação circula em um card no Facebook, junto com uma foto da ministra e uma imagem recortada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Quem produziu o material não indicou qualquer fonte da alegação e usou uma tática comum em casos como esse: dizer, de forma vaga, que a frase teria sido dita em tom e desabafo a amigos.

O Estadão Verifica não localizou nenhum registro na imprensa ou em redes sociais de Simone Tebet de que a frase tenha sido dita por ela. Em nota, o Ministério do Planejamento e Orçamento disse que “a postagem, obviamente, é falsa”. Diferentemente do que sugere a suposta declaração, Tebet tem atuado ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fez reiteradas críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive comemorando a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível.

 Foto: Reprodução

Saiba mais: Atual ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet era senadora pelo MDB do Mato Grosso do Sul quando se candidatou à Presidência da República nas eleições de 2022. No primeiro turno, ficou em terceiro lugar na disputa. No segundo, decidiu apoiar Lula. Ao se eleger para seu terceiro mandato, Lula levou Tebet para o Ministério do Planejamento e Orçamento.

Em julho, o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, anunciou a escolha do economista Marcio Pochmann para o comando do IBGE -- órgão subordinado a Tebet. Ela negou ter conversado sobre a questão com Lula e disse que acataria a decisão.

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Em live semanal transmitida no dia 1° de agosto, o presidente negou que tivesse “atropelado” a ministra ao indicar o nome do economista Marcio Pochmann para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que fica sob o guarda-chuva do Ministério do Planejamento e Orçamento – e elogiou publicamente a ministra, ao dizer que “Simone é uma das coisas boas que aconteceu no governo”. “Ela é de muita qualidade, muita seriedade e de muito compromisso com esse País”, completou.

Usando a rede social X (antes, Twitter), Tebet agradeceu a confiança.

Além disso, Tebet já fez criticas públicas ao ex-presidente Jair Bolsonaro reiteradas vezes. Em 30 de junho deste ano, após Bolsonaro ser declarado inelegível, a ministra citou uma música de Lulu Santos e tratou o dia como “histórico”.

No final de julho, em entrevista à GloboNews, Tebet disse que, se depender dela, Bolsonaro está politicamente morto, e que o bolsonarismo está vivo e deve ser combatido.

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