O que estão compartilhando: imagem que mostraria um pedido de emissão de certidão de óbito do hospital Sírio-Libanês para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além do nome e da data de nascimento de Lula, o conteúdo compartilhado registra que a morte do petista teria ocorrido na quinta-feira, 12, às 14h06.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. O hospital Sírio-Libanês negou que tenha pedido qualquer certidão de óbito para Lula. O hospital reforçou que todas as informações oficiais sobre a saúde do presidente são divulgadas exclusivamente por meio de boletins médicos, disponíveis no site oficial, e por coletivas de imprensa. O boletim médico da manhã desta sexta-feira, 13, indicou que Lula está sob cuidados semi-intensivos e “segue lúcido e orientado”. Na quinta, o presidente passou por um procedimento “sem intercorrências” para retirar um dreno intracraniano, segundo a equipe médica. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) também negou a veracidade do pedido de certidão de óbito.
Vale destacar que, geralmente, os hospitais não são responsáveis por emitir certidões de óbito, mas sim declarações de óbito. Esse documento médico indica a causa e o horário do falecimento. A certidão de óbito, por outro lado, é de responsabilidade dos cartórios de registro civil, que utilizam a declaração emitida pelo hospital ou médico responsável para formalizar o registro.
Saiba mais: Com a internação emergencial de Lula em 9 de dezembro, passaram a circular nas redes sociais conteúdos enganosos sobre seu estado de saúde. A postagem que alega que o hospital Sírio-Libânes solicitou uma certidão de óbito do presidente foi compartilhada no X (antigo Twitter) e teve alcance de mais de 500 mil visualizações antes de a conta ser excluída da plataforma.
Em nota ao Estadão Verifica, o Sírio-Libânes desmentiu que tenha solicitado qualquer certidão de óbito para o presidente e reforçou que todas as informações oficiais sobre a saúde de Lula são divulgadas exclusivamente por meio de boletins médicos, disponíveis no site oficial, e coletivas de imprensa. A Secom também negou a veracidade da imagem.
Lula segue estável e em recuperação, segundo boletins médicos
Lula relatou fortes dores de cabeça e sonolência antes de ser levado ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no dia 9 de dezembro. Esses sintomas foram associados a uma queda sofrida em outubro, quando escorregou no banheiro do Palácio da Alvorada, resultando em um hematoma intracraniano.
Durante a internação atual, exames de imagem detectaram uma hemorragia intracraniana, o que levou os médicos a realizar uma cirurgia de emergência para drenar o sangramento. O procedimento foi bem-sucedido, e o presidente permaneceu na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para monitoramento. No dia seguinte, ele estava lúcido, orientado e conversando normalmente, de acordo com os boletins médicos disponibilizados pela instituição.
Em 12 de dezembro, os médicos decidiram realizar uma segunda intervenção: uma embolização da artéria meníngea média. Esse procedimento endovascular visou a prevenir novos sangramentos. A cirurgia durou cerca de uma hora e foi concluída com sucesso. Segundo a equipe médica, o presidente continuou apresentando boa recuperação, permanecendo na UTI para observação.
Segundo os boletins médicos, atualmente Lula tem quadro estável, sem complicações pós-operatórias e faz fisioterapia. Se a evolução positiva continuar, espera-se que ele deixe a UTI em breve e receba alta hospitalar no início da próxima semana. Após a alta, o presidente deverá retomar suas atividades de forma gradual, evitando situações de estresse e seguindo as orientações médicas para uma recuperação completa.
A saúde de Lula tem sido motivo de atenção nos últimos anos. Em setembro de 2023, ele passou por uma cirurgia para colocação de uma prótese no quadril devido a dores causadas por artrose. Além disso, em novembro de 2022, foi submetido à retirada de uma lesão na laringe.
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