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Não é verdade que STF tenha determinado a ‘suspensão’ de operação no Complexo da Maré (RJ)

Ministro Fachin pediu informações sobre a atuação policial nas comunidades; governador Cláudio Castro afirmou que ação foi encerrada porque ‘objetivos foram cumpridos’

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O que estão compartilhando: que o Supremo Tribunal Federal (STF) “suspendeu” uma ação planejada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) no Complexo da Maré, Rio de Janeiro. De acordo com o post, o “governo de Estado, em obediência à ordem judicial, prontamente acatou a decisão, frustrando as expectativas de uma ação policial crucial na região”. O conteúdo compartilha um trecho de reportagem do SBT sobre a operação.

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O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. O STF não determinou o encerramento da operação que ocorreu no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, nos dias 11 e 12 de junho. Na realidade, o ministro Edson Fachin pediu informações ao governador Cláudio Castro (PL-RJ) e à Polícia Civil do Estado sobre as ações nas comunidades. O magistrado analisa um pedido do PSB e da Defensoria Pública do RJ por protocolos em operações na Maré. Ao SBT, Castro informou que a operação foi encerrada porque “os objetivos foram cumpridos”.

Saiba mais: Postagem feita no X (antigo Twitter) noticia que o “STF suspende a uma operação planejada pelo Bope no Complexo da Maré” e explica que o cancelamento foi decidido pelo governo de Estado “em obediência à ordem judicial”. Porém, a informação é enganosa, porque não houve determinação como essa do Supremo. A Justiça solicitou informações ao governador Cláudio Castro e à Polícia Civil sobre as ações nas comunidades.

Como publicou o Estadão, a operação visava localizar e prender criminosos envolvidos em roubos de veículos nas vias expressas do Rio de Janeiro. A operação ocorreu nos dias 11 e 12 de junho e desencadeou uma onda de violência na cidade. Dois policiais do Bope e cinco suspeitos foram mortos durante o confronto.

Não é verdadeiro que o STF determinou a ‘suspensão’ de operação no Complexo da Maré Foto: Foto

Fachin intima Claudio Castro a prestar informações sobre ação na Maré

Em nota, o Supremo confirmou que “não houve determinação” para o fim da operação policial em comunidades do Rio, diferentemente do que afirma a publicação analisada. No dia 12, o ministro Edson Fachin intimou o governador Cláudio Castro a prestar esclarecimentos sobre as ações na Maré. O magistrado também solicitou uma resposta à Polícia Civil sobre o acesso às informações da atividade policial pelo Ministério Público do Estado (MP-RJ) e de que forma os dados são disponibilizados. Leia a manifestação de Fachin aqui.

Fachin analisa um pedido do PSB e da Defensoria Pública do Rio por protocolos em operações policiais, como o uso de câmeras corporais, presença de ambulâncias e preservação dos locais com mortes para a perícia. A solicitação foi feita dentro da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, a ADPF das Favelas, da qual Fachin é relator. O processo do Supremo estabeleceu critérios para a realização de ações em comunidades do Rio.

Governador afirma que objetivos da operação foram cumpridos

Durante entrevista ao SBT, que foi compartilhada no conteúdo analisado, Castro disse que responderá o pedido do juiz. “Recebemos com muita tranquilidade e vamos responder ao ministro como a gente tem respondido sempre, temos dialogado com ele. A operação cumpriu todos os requisitos da ADPF, levamos ambulância, foi avisada a escola e a Secretaria de Saúde, todos os policiais portavam câmeras corporais. O que eu vou dizer ao ministro é do sucesso da operação”, afirmou o governador na quarta-feira, 12.

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Na mesma reportagem, a jornalista Bruna Carvalho relatou que a operação no Complexo da Maré foi concluída por volta das 10 horas da manhã, “porque não havia mais nenhum alvo”. Castro ainda lamentou a morte do sargento Jorge Henrique Galdino Cruz, de 32 anos, e enfatizou que “todos os objetivos da operação foram cumpridos”. “Foram 24 presos, 11 armas, metralhadora antiaérea, drogas, armamento, mais de 10 veículos apreendidos”, complementou.

Como lidar com posts do tipo: É comum que publicações façam distorções em decisões judiciais para compartilhar desinformações. Antes de acreditar, é necessário pesquisar por matérias na imprensa profissional ou procurar pelas determinações dos juízes, como no site do Supremo Tribunal Federal. Neste caso, a reportagem anexada à legenda enganosa também esclarece que o encerramento da operação foi determinada pelo governo estadual.

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