Vídeo não prova que urnas eletrônicas nos EUA ‘trocam’ votos em Trump para Kamala

Postagem mostra erro de seleção do voto em equipamento no estado de Kentucky; autoridades informaram que a máquina foi retirada de serviço e eleitora conseguiu registrar cédula de votação normalmente

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Foto do author Giovana Frioli
Atualização:

O que estão compartilhando: um vídeo mostra que urnas eletrônicas no estado de Kentucky, nos Estados Unidos, não permitem que eleitores selecionem Donald Trump na votação. Quando uma pessoa toca no nome do republicano, a vice-presidente Kamala Harris é selecionada.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. A autoridade eleitoral de Laurel, condado onde ocorreu o erro, informou que foi um caso isolado e que a máquina de votação foi retirada de serviço. Os funcionários tentaram recriar o incidente, mas a troca do voto só ocorreu quando a tela foi pressionada no espaço entre dois candidatos. A eleitora que fez a gravação do vídeo conseguiu votar corretamente, segundo a nota. O equipamento usado nas eleições norte-americanas apenas preenche a cédula de voto impressa, sendo possível solicitar uma nova em caso de preenchimento indevido.

Vídeo não prova que urnas eletrônicas nos EUA ‘trocam’ votos em Trump para Kamala Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Saiba mais: Um vídeo que circula nas redes sociais sugere fraude eleitoral nas eleições dos Estados Unidos por conta de um erro em uma urnas eletrônica no estado de Kentucky. Porém, o incidente foi isolado e não comprometeu o voto dos eleitores no condado de Laurel, onde ocorreu o caso. As autoridades do local comprovaram que é possível selecionar o nome dos candidatos normalmente nos equipamentos de votação.

Em nota publicada no Facebook, o republicano Tony Brown, um dos responsáveis pelo processo eleitoral em Laurel, informou que um eleitor relatou que o dispositivo de marcação de cédulas estava com defeito. “Nós verificamos e não conseguimos fazer com que ele recriasse o incidente”, explicou. “A máquina foi retirada de serviço e estamos aguardando a chegada do representante do Gabinete do Procurador-Geral. Não tivemos reclamações antes ou depois da reclamação. Deixamos a máquina à vista e estamos aguardando novas instruções”.

Três horas depois, em uma nova postagem, ele mostrou que um representante foi até o local e gravou um vídeo tentando repetir o problema no mesmo equipamento. O voto só foi trocado quando a tela foi selecionada no espaço entre duas opções, segundo a autoridade. Na gravação, é possível ver que o nome de qualquer um dos candidatos pode ser escolhido normalmente.

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Como informou um ex-diretor eleitoral ao site Louisville Public Media, o procedimento correto é clicar no meio da caixa de texto com o nome do candidato em que o eleitor deseja votar. Ao jornal, foi explicado que o problema provavelmente ocorreu porque a pessoa tentou clicar no pequeno quadrado localizado no canto superior esquerdo, e não no centro da opção. O secretário de Estado de Kentucky, Michael Adams, disse no X que não houve troca de votos e que a eleitora confirmou que sua cédula foi impressa corretamente.

Como registrado pela imprensa norte-americana, o Conselho Eleitoral do Estado de Kentucky disse em comunicado que mais de 1.700 pessoas no condado votaram corretamente em 31 de outubro e que não houve outras reclamações sobre mau funcionamento das máquinas de registro de voto.

Equipamento não é uma urna eletrônica

Diferentemente do que alega publicação viral, o equipamento exibido no vídeo não é uma urna eletrônica. A máquina é um Ballot Marking Device (BMD), que preenche digitalmente cédulas em branco para votação. Conforme explicado pela autoridade eleitoral, o papel inserido no equipamento é preenchido de acordo com o candidato selecionado na tela. Antes da impressão do voto, é solicitado que o eleitor confirme sua escolha. Se mesmo após o procedimento houver um preenchimento errado, o eleitor pode solicitar outra cédula para votar novamente. A legislação de Kentucky permite a troca de cédulas até duas vezes.

Não há nenhuma prova de que haja uma tentativa de fraude para beneficiar Kamala Harris nas eleições norte-americanas. O caso foi verificado por outras iniciativas de checagem como a AP News, Aos Fatos, ABC News e Agência Lupa.

Como lidar com posts do tipo: Com o início da votação por correspondência e a chegada do dia das eleições nos Estados Unidos, o número de peças de desinformação que alegam fraude no pleito aumenta nas redes sociais. Em 2020, o candidato Donald Trump acusou irregularidades na votação, mas as acusações foram rejeitadas pelas autoridades. Antes de acreditar em publicações, pesquise por informações confiáveis na imprensa profissional. Neste caso, foi relatado por diferentes jornais que as autoridades dos Estados Unidos verificaram e solucionaram a ocorrência.

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