O que estão compartilhando: vídeo que mostraria Francisco Wanderley Luiz, homem que lançou explosivos em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do deputado federal Abilio Brunini (PL-MT).
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Quem aparece no vídeo com os políticos é, na realidade, o dono de uma lanchonete em Cuiabá. No registro publicado por Abilio no Instagram, é possível ver na camiseta do homem o logo “Padilha Lanches”. Jornais locais registraram que o homem se chama Joilton Padilha. O autor do atentado com explosivos na Praça dos Três Poderes se chamava Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiü França”, que foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL em 2020 e era chaveiro no município.
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Saiba mais: postagens nas redes sociais desinformam ao compartilhar um vídeo de Bolsonaro e de Brunini ao lado de um homem que alegam ser Francisco Wanderley Luiz, que atirou explosivos na Praça dos Três Poderes e morreu durante o atentado nesta quarta-feira, 13. Na realidade, o homem que aparece na gravação é Joilton Padilha, dono de um comércio em Cuiabá.
Na ocasião, o proprietário do Padilha Lanches preparou um tradicional hambúrguer cuiabano, chamado “baguncinha”, para o ex-presidente e o então candidato à prefeitura da capital. Um dos registros foi publicado por Abilio no Instagram em 15 de outubro deste ano. Na imagem, é possível identificar o logo “Padilha Lanches” na camiseta do homem. Veja abaixo.
A filmagem foi publicada no perfil do TikTok da lanchonete e republicada por diferentes jornais locais, que identificaram o homem como Joilton Padilha (veja aqui e aqui). O perfil do Padilha Lanches ainda postou vídeos com outras personalidades bolsonaristas, como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Na data das publicações, Abilio concorria à Prefeitura de Cuiabá. Ele foi eleito no segundo turno com 53,8% dos votos.
Bolsonaro lamentou atentado em Brasília
Nesta quarta-feira, a Praça dos Três Poderes foi isolada pela Polícia Militar após uma sequência de explosões. Um corpo foi encontrado nas proximidades do prédio do STF, identificado como o de Francisco Wanderley Luiz, catarinense de 59 anos.
Câmeras do circuito de segurança do Supremo mostram que Francisco atirou dois explosivos em direção ao STF. Em sequência, ele deita no chão do local com um artefato próximo ao corpo, que explode em seguida. O carro que explodiu no anexo IV da Câmara dos Deputados também pertencia a ele.
Saiba mais
Francisco concorreu em 2020 ao cargo de vereador em Rio do Sul pelo PL, atual partido de Bolsonaro. À época, contudo, o ex-presidente ainda não era filiado à sigla. Nas redes sociais, o catarinense disseminava teorias conspiratórias populares entre a extrema-direita, como o QAnon (sigla para “Q Anônimo”), e seguia páginas conservadoras. Antes do atentado, ele publicou críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao STF e aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Conforme noticiado pelo UOL, o catarinense atuou em pelo menos quatro casas noturnas entre 1980 e 2000. Ele atuava como chaveiro e sua empresa foi aberta em 2019.
Após o ataque, Bolsonaro lamentou “todo e qualquer ato de violência, a exemplo do triste episódio de ontem na Praça dos Três Poderes”. Ele afirmou que o caso configura um “fato isolado” e que, “ao que tudo indica, causado por perturbações na saúde mental”.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmou que o episódio “não é um fato isolado do contexto”. O magistrado disse que o ataque é resultado do ódio político instalado no Brasil nos últimos anos e defendeu que não haja anistia aos envolvidos no 8 de janeiro.
Como lidar como postagens do tipo: o atentado ocorrido em Brasília nesta quarta-feira é um assunto em evidência que está sendo amplamente noticiado pela imprensa. Antes de disseminar uma alegação suspeita, faça uma pesquisa em fontes confiáveis. Leia aqui a cobertura do Estadão sobre o caso.
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