Vídeo de policiais recebendo propina é fictício; atores gravavam websérie

Nas redes sociais, imagens circulam fora de contexto, como se a situação fosse verdadeira; vídeo foi publicado na conta do projeto ‘Era Uma Vez Favela’

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Foto do author Milka Moura
Atualização:

O que estão compartilhando: vídeo que mostra policiais recebendo propina de traficantes no Rio de Janeiro.

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O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. As imagens são do curta-metragem Era Uma Vez Favela, que está disponível no YouTube. A Polícia Militar do Rio de Janeiro confirmou que “não há policiais militares do Rio de Janeiro nas imagens”.

Saiba mais: As imagens já circulam na internet desde junho deste ano. À época, os responsáveis pela série desmentiram o boato a agências de checagem (Fato ou Fake e Aos Fatos). No dia 20 de novembro, a conta no YouTube do Era Uma Vez Favela publicou o vídeo da cena que se tornou viral. O idealizador e produtor executivo do projeto, Leonardo Turco, confirmou ao Verifica que as imagens “já circulam há algum tempo” fora de seu contexto original.

Trecho de websérie circula como se a situação fosse verdadeira. Foto: Arte/Estadão

As imagens que mostram traficantes cumprimentando policiais e entregando um maço de dinheiro não passam de uma encenação. A série é publicada em capítulos no YouTube e os atores são identificados na legenda das postagens. O homem que recebe a quantia é Marcos Anastacio, que vive o Capitão Anastácio no curta-metragem. Um dos personagens que entrega o dinheiro é interpretado por Patrick Oliveira, o “PTK”, eles também aparecem em outros episódios da série. A descrição do canal explica que o intuito da produção é “contar a verdadeira realidade das comunidades cariocas”.

No Facebook, o vídeo circula sem contexto, levando a crer que a cena se trata de uma interação real. “Sabe quando o Rio irá ter jeito?”, diz a legenda do vídeo que viralizou. Até a publicação dessa checagem, a peça desinformativa alcançava 5,8 mil curtidas e 2 mil compartilhamentos.

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Como lidar com postagens do tipo: Omitir o contexto de vídeos ou imagens é uma forma de desinformação comum. O Estadão Verifica já checou, por exemplo, que uma gravação de filme foi usada fora de contexto para atacar decisão do STF sobre policiais em favelas no Rio. Uma forma eficiente de descobrir a origem de conteúdos suspeitos na internet é utilizando a busca reversa de imagens. Veja como realizar no passo a passo feito pela nossa equipe.

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