O que estão compartilhando: um vídeo que provaria a presença de “petistas infiltrados” nos ataques golpistas do 8 de Janeiro. A legenda da publicação alega que os apoiadores do Partido dos Trabalhadores (PT) estariam saindo por um túnel no Congresso Nacional.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso, porque o vídeo está fora de contexto. A gravação original foi publicada em maio de 2022 – antes, portanto, do ataque às sedes dos Três Poderes. O registro foi divulgado pelo comentarista esportivo Gabriel Reis, conhecido como Paparazzo Rubro-Negro, e mostra torcedores presos em um elevador.
Saiba mais: é possível localizar o vídeo original por meio da marca d’água do aplicativo Kwai com o usuário do autor do vídeo (@paparazzorubronegro). O responsável pela autoria do registro é Gabriel Reis, jornalista esportivo que cobre notícias sobre o Flamengo.
O vídeo nada tem a ver com os ataques criminosos de 8 de Janeiro contra as sedes do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF). Em outra gravação, Reis explicou que, na ocasião, ele ficou preso no elevador do Estádio Governador Plácido Castelo, conhecido também como Arena Castelão. O jornalista estava cobrindo o jogo do Ceará contra o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro.
Desde janeiro do ano passado, a gravação é erroneamente utilizada por desinformadores para impulsionar a tese infundada de “infiltrados”. À época, Reis se pronunciou nas redes sociais e desmentiu as alegações. A Reuters Fact Check e o Boatos.org também checaram as postagens.
“Eu fui vítima de um absurdo! Perfis estão compartilhando vídeo antigo meu, preso no elevador de um estádio, com data de maio de 2022, como conteúdo recente de manifestação”, escreveu o comentarista.
Mesmo após um ano dos ataques golpistas, teses falsas e enganosas continuam circulando pelas redes sociais. Recentemente, o Estadão Verifica relembrou os boatos sobre os atos antidemocráticos que já foram desmentidos.
Como lidar com postagens do tipo: Tenha cuidado com postagens que replicam alegações que já foram amplamente desmentidas. Nesse caso, desinformadores utilizam um vídeo fora de contexto para impulsionar uma tese infundada, que já foi checada por diversas agências de checagem.
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