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Vídeo mostra festa tradicional espanhola, e não ação do Exército venezuelano contra Maduro

Imagens de festival de San Fermín são erroneamente associadas às eleições da Venezuela; manifestantes do país vizinho protestam contra processo eleitoral sob suspeita

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O que estão compartilhando: vídeo que mostraria Exército venezuelano se unindo ao povo e exigindo a renúncia do ditador Nicolás Maduro.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. A gravação mostra a festa de San Fermín, em Pamplona, na Espanha. A filmagem original foi publicada pela conta oficial do evento em 6 de julho deste ano. As eleições venezuelanas ocorreram semanas depois do festival, no dia 28 de julho.

Vídeo mostra festa tradicional espanhola, e não Exército venezuelano contra Maduro Foto: Reprodução/Instagram

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Apesar dos conteúdos enganosos, a Venezuela realmente enfrenta uma onda de manifestações. Os protestos eclodiram após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aparelhado pelo chavismo, declarar Maduro vencedor com 52% dos votos. Edmundo González Urrutia, candidato oposicionista, teria recebido 43%. A oposição alega que o pleito foi fraudado, bem como fontes independentes.

Saiba mais: por meio de uma busca reversa de imagens (veja aqui como fazer), o Estadão Verifica encontrou o vídeo original na conta oficial da festa de San Fermín. Tradicional evento espanhol, acontece anualmente no mês de julho em Pamplona. A gravação foi publicada em 6 de julho deste ano.

Imagens do evento espanhol já foram usadas anteriormente para desinformar sobre o cenário eleitoral na Venezuela. Publicações virais alegavam, por exemplo, que uma filmagem do festival mostraria uma manifestação popular contra Maduro, o que não é verdade, como mostrou o Estadão Verifica.

Como lidar com postagens do tipo: As eleições da Venezuela foram marcadas por relatos de intimidação e acusações de fraude pela oposição. Neste contexto, postagens passaram a compartilhar informações não confirmadas sobre o pleito nas redes sociais. Tenha cautela antes de confiar em publicações e pesquise por reportagens na imprensa profissional e iniciativas de checagem. Se receber um conteúdo suspeito sobre o tema, envie para o WhatsApp do Estadão Verifica pelo número (11) 97683-7490.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

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Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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