Vídeo de urna em porta-malas de Uber em Campo Grande não mostra irregularidade

Cartórios eleitorais entregam urnas devidamente lacradas, na semana que antecede as eleições, aos presidentes das seções eleitorais, que ficam responsáveis pelo transporte do equipamento até o local da votação

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Por Luiz Fernando Menezes e Aos Fatos

Não é verdade que o vídeo em que um homem diz ter encontrado uma urna eletrônica sendo transportada no porta-malas de um Uber em Campo Grande (MS) evidencie alguma irregularidade. De acordo com o TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), as urnas usadas na região foram distribuídas para os presidentes das seções eleitorais, que ficarão responsáveis pelos equipamentos até o dia do pleito.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam milhares de visualizações no Telegram e também circulam no WhatsApp, onde não é possível estimar o alcance.

 Foto: Reprodução

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Segundo o TSE, os cartórios eleitorais realizam a entrega das urnas, devidamente lacradas, e dos demais materiais que são utilizados no dia da votação, aos presidentes das seções eleitorais na semana que antecede as eleições. Os cartórios eleitorais de Campo Grande adotam a logística em que os presidentes das seções buscam e ficam responsáveis pela guarda de todo o equipamento até o momento de organizar a seção eleitoral para a votação.

De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a logística de distribuição das urnas aos locais de votação varia de acordo com cada zona eleitoral: "alguns tribunais fazem a entrega das urnas aos presidentes de mesa, que se encarregam da guarda e da montagem das seções eleitorais; outros fazem o transporte das urnas por rotas, onde as urnas são distribuídas. As seções são montadas um dia antes da data da eleição".

Aos Fatos não conseguiu identificar o contexto da gravação ou confirmar as afirmações feitas pelo homem do vídeo: não há, por exemplo, placa do carro ou algum indício de que o veículo realmente preste serviço para a Uber. Questionado, o TRE-MS também disse desconhecer essas informações.

Vale ressaltar que a urna mostrada no vídeo já passou pela cerimônia de preparação e foi lacrada pelos funcionários da Justiça Eleitoral. Dessa maneira, é garantida a inviolabilidade do equipamento: os lacres, que são produzidos pela Casa da Moeda, denunciam qualquer tentativa de violação ou falsificação. As urnas também contam com sistemas eletrônicos que impedem o funcionamento fora do prazo para o qual foram programadas.


Neste fim de semana, a equipe do Comprova se uniu a outras 6 iniciativas de checagem de fatos no Brasil para verificar conjuntamente desinformação sobre as eleições. A parceria reúne AFP, Aos Fatos, Boatos.org, Comprova, E-Farsas, Fato ou Fake e Lupa.

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