É falso que vídeo mostra voto em Bolsonaro anulado no Rio de Janeiro

Mensagem de voto nulo apareceu para homem que digitou 17 para o cargo de governador, mas partido não tinha candidato ao governo do Estado

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Foto do author Pedro Prata
Atualização:

É falso que urnas eletrônicas no Estado do Rio de Janeiro mostravam nulo quando um eleitor tentava votar em Jair Bolsonaro para presidente. Um vídeo com essa alegação mostra o momento em que um homem está votando e diz estar passando por esse problema. Tudo não passou de engano do próprio eleitor: ele estava digitando 17, o número do PSL e com o qual Bolsonaro concorreu nas eleições de 2018, mas para o cargo de governador. O partido não teve candidato ao governo do Estado naquele ano, por isso a mensagem de voto nulo.

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A gravação mostra um homem de camiseta amarela na cabine de votação. Ele chama a atenção da mesária, diz que "Acabei de digitar 17 e apareceu voto nulo" e pede para o fiscal ser chamado. As outras pessoas na seção eleitoral afirmam que "o pessoal está postando que está acontecendo muito isso" - prova de que essa peça de desinformação circulou muito no dia da eleição presidencial, como mostrou o Projeto Comprova e o Estadão Verifica.

Primeiramente, o Estadão Verifica analisou o vídeo para identificar indícios que pudessem indicar onde ele teria sido gravado. O fiscal chamado pela mesária tem um colete onde é possível ler a sigla do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). Portanto, a cena foi filmada no Estado.

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Um vídeo mais longo da mesma situação está disponível no YouTube e permite ver todo o processo de votação do homem. Antes de ele apontar as supostas irregularidades na urna, o vídeo registra o sinal sonoro de confirmação de quatro votos: aos 39s, 49s, 55s e 1 minuto. Confira:

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Naquelas eleições, eleitores deveriam registrar o total de seis votos, na seguinte ordem: deputado estadual, deputado federal, senador, senador, governador e presidente. Isso indica que o homem inseriu o código 17 ainda no campo de opção para governador.

Mas o PSL, partido ao qual correspondia o número 17, não teve candidato ao governo naquele Estado (confira neste site do TSE). Quando eleitores inserem um número inexistente para um cargo, a urna retorna um voto nulo. Ao final do vídeo, o homem completa os dois votos restantes e admite o erro.

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